As exportações do Brasil para a América do Sul foram as que tiveram maior redução em termos percentuais entre 2018 e 2019, de acordo com dados divulgados nesta quinta pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
As vendas brasileiras para os vizinhos de continente variaram de US$ 35,166 bilhões para US$ 27,711 bilhões entre o ano retrasado e o ano passado. Na média diária, o recuo foi de 22,1%.
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Em sentido oposto, houve crescimento nas exportações para Oceania (12,8%, para US$ 792 milhões), Oriente Médio (9,1%, para US$ 10,787 bilhões) e América do Norte (1,9%, para US$ 37,716 bilhões).
No caso das importações, houve queda nas compras de praticamente de todas as regiões: América Central e Caribe (33,3%, para US$ 744 milhões), África (16,6%, para US$ 5,578 bilhões), Oceania (14,8%, para US$ 1,025 bilhão), América do Sul (8,1%, para US$ 20,654 bilhões), Oriente Médio (3%, para US$ 5,087 bilhões), Europa (2,6%, para US$ 41,654 bilhões) e Ásia (1,4%, para US$ 59,126 bilhões).
A exceção foram as compras da América do Norte, que ficaram praticamente estáveis, passando de US$ 36,129 bilhões para US$ 36,547 bilhões.
Manufaturados
As exportações de produtos manufaturados tiveram a maior queda em termos percentuais em 2019. Na média diária, o recuo foi de 11,1%, passando de US$ 86,123 bilhões para US$ 77,452 bilhões. Na sequência, vieram semimanufaturados (8%, para US$ 28,378 bilhões) e básicos (2%, para US$ 118,18 bilhões).
Do lado das importações, houve alta somente na compra de bens intermediários, de 0,4%, para US$ 106,692 bilhões, e queda nas importações de bens de capital (12,8%, para US$ 25,227 bilhões), combustíveis e lubrificantes (7,3%, para US$ 20,666 bilhões) e bens de consumo (4,5%, para US$ 24,631 bilhões).
Soja e petróleo
A queda das exportações em 2019 foi puxada principalmente pelo recuo nas vendas de soja, de US$ 6,7 bilhões, em função do recuo dos preços internacionais e da menor demanda chinesa.
Também houve queda significativa nas exportações de plataformas de petróleo (US$ 2,9 bilhões); petróleo bruto (US$ 1,5 bilhão), causado pela queda das cotações internacionais e baixo crescimento da produção brasileira; e automóveis (US$ 1,3 bilhão), em função da crise argentina).
Em sentido oposto, foram destaques as exportações de milho (alta US$ 3,4 bilhões); minério de ferro e concentrados (US$ 3 bilhões); óleos de petróleo ou de minerais betuminosos (US$ 1,8 bilhão); carne bovina congelada (US$ 1 bilhão); e algodão, exceto fios (US$ 951 milhões).
Fonte: Valor