O saldo da balança comercial está no azul, mas esconde um ``rombo`` nas trocas da indústria brasileira com o exterior. Só nos primeiros três meses deste ano, os fabricantes de produtos mais sofisticados - como eletrônicos, remédios, químicos, carros ou máquinas - amargaram um déficit recorde de US$ 13,6 bilhões.
O déficit é 42% mais alto que o do primeiro trimestre de 2009, revela o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). O valor supera os US$ 12,7 bilhões de todo o ano de 2006, apenas quatro anos atrás. A conta não inclui itens que passam por poucos processos industriais, como alimentos, combustíveis ou celulose.
Influenciados pelas commodities, os produtos acima reduzem quase pela metade o déficit total da indústria. Ainda assim, o saldo negativo chegou a US$ 7,1 bilhão no primeiro trimestre, acima dos US$ 2,7 bilhões de igual período em 2009.
``A indústria brasileira está perdendo espaço no mundo``, disse o economista do Iedi, Rogério Cesar Souza. Para o vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o déficit é resultado de fatores conjunturais (crescimento e real forte) e estruturais. ``O investimento em tecnologia é baixo.``
Com uma alta de até 7% prevista para o Produto Interno Bruto (PIB) este ano, o Brasil está ávido por importados, que ficaram mais baratos graças ao real forte. As famílias brasileiras consomem mais carros, eletrônicos e cosméticos. Boa parte desses produtos é feita no País, mas precisa de insumos.
(Fonte: O Povo (CE)/da Agência Estado)
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