A escassez de chuvas em janeiro nas principais regiões produtoras do país fez a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reduzir sua estimativa para a safra brasileira de grãos e fibras na temporada 2018/19, que está em andamento. A redução na estimativa para a colheita de soja, carro-chefe do agronegócio nacional, foi a grande responsável pelas mudança feitas pela Conab.
Em seu quinto relatório sobre a safra, a estatal estimou que 234,1 milhões de toneladas de grãos e fibras serão produzidos na safra 2018/19, redução de 1,5% na comparação com as 237,3 milhões de toneladas projetadas no relatório anterior, divulgado em janeiro.
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Apesar da redução na estimativa, o volume de grão e fibras estimados ainda é 2,8% maior do que as 227,7 milhões de toneladas colhidas em 2017/18.
No relatório de desta terça-feira, estimativa para a produtividade média das lavouras de grãos e fibras foi reduzida em 1,6%, das 3,799 toneladas por hectare previstas em janeiro para 3,738 toneladas por hectare. Na comparação com a safra passada (2017/18), quando a produtividade foi de 3,692 toneladas por hectare, há um aumento de 1,3%.
Como era de se esperar diante da importância na safra nacional, o maior ajuste foi feito na produção de soja, que passou de 118,8 milhões para 115,34 milhões de toneladas, queda de 2,4% (3,4 milhões de toneladas). Se a estimativa se confirmar, a safra brasileira da oleaginosa será 3,3% inferior ao volume registrado em 2017/18, quando 119,3 milhões de toneladas foram colhidas.
Também razão da falta de chuvas, a estimativa para a colheita de milho de verão foi reduzida. A Conab cortou a projeção em 1 milhão de toneladas, para 26,4 milhões. Em contrapartida, a projeção para a safra de inverno, que já começou a ser plantada, foi elevada em 2,3%, de 63,7 milhões de toneladas para 65,2 milhões de toneladas. Na comparação com a safra de inverno de 2017/18, quando foram colhidas 53,9 milhões de toneladas, o aumento é de 21%.
Com isso, a estimativa para a produção total de milho (verão e inverno) na safra 2018/19 foi elevada em 0,5% na comparação com o relatório de janeiro. A estatal projetou hoje que a colheita de milho do país somará 91,6 milhões no relatório de hoje, ante as 91,2 milhões previstas em janeiro. A nova projeção representa um acréscimo de 13,6% ante a safra passada (2017/18), quando colheita totalizou 80,7 milhões de toneladas.
Assim como fez com o milho de inverno, a Conab também ajustou para cima a estimativa para a safra de algodão em pluma. O órgão elevou em 6,2% (150 mil toneladas) a projeção para a colheita, passando das 2,4 milhões de toneladas estimadas em janeiro para 2,5 milhões de toneladas. Trata-se de um aumento de 27,9% ante a colheita de 2017/18, que foi de 2,0 milhões de toneladas.
Fonte: Valor