A ArcelorMittal do Brasil divulgou ontem que conseguiu uma receita operacional líquida de R$ 16,9 bilhões, um resultado 20% superior ao obtido em 2009, ano marcado pela recessão econômica global. Segundo a siderúrgica multinacional, foram comercializadas 10,6 milhões de toneladas de aços longos e planos, uma alta de 12,2%. O resultado não chegou a ser comemorado pela empresa, a julgar pela mensagem da administração que acompanhou a publicação anteontem dos resultados de 2010 em jornais de Belo Horizonte (MG) e Vitória (ES).
"Ao contrário do que se previa, o ambiente para os nossos negócios no período se mostrou bastante desafiador, particularmente pelo aumento frequente dos preços do minério de ferro e do carvão mineral e pela crescente importação de aço por consumidores brasileiros", diz o texto. O balanço da Arcelor Mittal divulgado ontem não consolida os resultados da divisão de mineração do grupo Arcelor.
O resultado mostra que a produção da Arcelor no ano passado ainda não conseguiu se recuperar totalmente da crise financeira, ficando aquém do obtido em 2008. Há dois anos, a Arcelor produziu 11,1 milhões de toneladas de aço e comercializou 10,9 milhões de toneladas. A receita líquida naquela ocasião foi de R$ 19,8 bilhões.
No balanço divulgado ontem, o lucro líquido em 2010 foi de R$ 1,439 bilhão, menos da metade dos R$ 3,2 bilhões conseguidos em 2009. Em 2008, o lucro líquido foi ligeiramente inferior ao deste ano, atingindo R$ 1,425 bilhão. Segundo o relatório, o resultado em 2009 ficou inflado por dois fatores: o registro de imposto de renda diferido e ganhos financeiros, que não se repetiram no ano seguinte.
A receita de ontem inclui os resultados da subsidiária UNKI, da Venezuela, adquirida em 2009 pelo equivalente a R$ 620 milhões. Foram consolidados os dados da Arcelor Mittal Aços Longos, cuja principal unidade é em João Monlevade (MG) e da Arcelor Mittal Aços Planos, concentrada em Tubarão (ES). Segundo o balanço, a empresa investiu no ano passado o equivalente a R$ 5 bilhões.
A maior parte deste total está concentrada na duplicação da capacidade de produção de João Monlevade., que atingirá 2,4 milhões de toneladas de aço por ano. Na área de aços planos, a empresa já concluiu projetos que elevaram a capacidade de produção de laminação a quente para 4 milhões de toneladas e de 1,4 milhão de toneladas de laminação a frio, sendo 900 mil toneladas de produtos galvanizados.
Fonte: Valor Econômico/César Felício | De Belo Horizonte
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