De São Paulo - O governo da Rússia decidiu pôr fim, a partir de 1º de julho, ao embargo às exportações de grãos do país, medida que pode gerar inflação nos preços aos consumidores, disse ontem Sergei Ignatyev, presidente do Banco Central da Rússia, segundo a agência de notícias RIA Novosti. O embargo entrou em vigor em agosto passado em decorrência de uma severa seca que reduziu em 37% a produção de grãos da Rússia.
"Este é o único grave e significativo fator de risco", afirmou Ignatyev quando questionado se a suspensão do embargo influenciaria os preços. Ele acrescentou que o fim da proibição às exportações deve ter um impacto no início de julho próximo.
Ontem, o banco central elevou suas taxas de depósito em 0,25 pontos percentuais devido à persistente expectativa de inflação.
Segundo a agência RIA Novosti, o governo originalmente aventou a possibilidade de ampliar o embargo até setembro ou outubro, quando poderia avaliar a colheita. Traders de grãos se opuseram ao embargo, dizendo que isso resultaria em grandes estoques acumulados no sul do país e tornaria a produção de grãos economicamente menos atraente. Isso poderia significar uma queda na produção de grãos na próxima safra.
Uma onda de calor e seca prolongada no verão de 2010 reduziu a produção de grãos da Rússia e forçou o governo a suspender as exportações de trigo, cevada, centeio, milho e farinha em agosto pela primeira vez no período pós-soviético.
Fonte: Valor Econômico
PUBLICIDADE