Os fundos de private equity, carteiras especializadas em comprar participação em empresas, têm cerca de US$ 11 bilhões em capital para buscar oportunidades no Brasil, segundo estimativas de Patrice Etlin, diretor da Advent International. Só a gestora americana tem US$ 3 bilhões reservados para a América Latrina e a maior parte virá para o mercado brasileiro.
Etlin diz que os setores preferidos da Advent são os segmentos de varejo, consumo, educação, serviços financeiros e de terceirização. No Brasil, a gestora também tem, no momento, interesse em administrar aeroportos públicos que serão transferidos para a iniciativa privada. "Estamos monitorando de perto esse movimento", disse Etlin. O gestor destaca que a Advent é dona de terminais de aeroportos no México e Caribe e por isso tem experiência no setor.
Na avaliação de Etlin, os preços dos ativos continuam altos no Brasil quando comparados com outros países da América Latina. A competição entre as gestoras de private equity, com várias empresas internacionais vindo para o País, elevou o preço para algumas transações, avalia Etlin. "Fora do eixo São Paulo-Rio há muitas oportunidades em empresas médias."
O gestor conta que a Advent fez este ano seus dois maiores movimentos no Brasil de investimento em uma empresa e de saída de um investimento. A entrada foi no setor de portos, anunciada em janeiro, com a compra de 50% da TCP - Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR), terceiro maior terminal portuário de contêineres do Brasil, em uma operação avaliada em US$ 400 milhões Já o desinvestimento ocorreu em julho, quando a Advent vendeu o restante de sua participação na Cetip por US$ 512 milhões.
Sobre o mercado de fundos de private equity, Etlin calcula que em 2010 esses fundos tinham cerca de US$ 4 bilhões para investir no Brasil. Para este ano, os cerca de US$ 11 bilhões disponíveis são mais de seis vezes o disponível para o México e muito acima de outros países da região, como Colômbia e Peru. Na Índia, é um terço desse valor.
A Advent já captou US$ 5 bilhões em fundos dedicados à América Latina. A última carteira criada para a região foi de US$ 1,65 bilhão, fechada no ano passado. Somando esse fundo, que é o quinto da gestora para a região, mais alguns recursos ainda não investidos do quarto fundo e mais parte das carteiras globais, Etlin diz que a Advent tem reservados US$ 3 bilhões para a América Latina, dos quais em torno de 70% podem virar para o Brasil.
Etlin fez palestra no 5º Congresso Internacional de Mercados Financeiro e de Capitais, promovido pela BM&FBovespa, em Campos do Jordão (SP).
Fonte: Veja
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