A Gerdau tem perspectivas otimistas para seus principais mercados, os quais poderão gerar resultados consistentes em 2019, segundo o presidente da companhia, Gustavo Werneck.
“Estamos plenamente preparados para atender a demanda brasileira”, disse o executivo, em teleconferência com jornalistas nesta quinta-feira. A companhia avalia que haverá “continuidade da evolução da indústria e início da recuperação da construção civil”.
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Werneck afirmou que a questão fiscal precisa ser equacionada no Brasil e que o país “precisa, urgentemente, da reforma da Previdência”.
Já em relação ao mercado internacional, a expectativa é de recuperação de preços ao longo do ano. A Gerdau considera que haverá aumento do consumo de aços longos em 2019.
A expectativa, segundo a empresa, é que a produção de caminhões, máquinas agrícolas e linha amarela continue evoluindo nos Estados Unidos. “Em relação ao mercado americano, a expectativa é que a demanda por aço fique em patamares elevados, em linha com os do ano passado”, disse.
Na América do Sul, os destaques apontados pela companhia são os mercados do Peru e da Colômbia.
A empresa deve fechar 2019 com volume de produção similar ao de 2018, segundo Werneck. No ano passado, a siderúrgica produziu 15,342 milhões de toneladas de aço bruto, volume 4,8% menor do que o de 2017. No quarto trimestre, houve queda de 18,4%, para 3,221 milhões de toneladas.
A Gerdau projeta investimentos de R$ 7,1 bilhões de 2019 a 2021. Os aportes previstos pela empresa terão como foco ampliar a rentabilidade das operações que a companhia já possui, segundo Werneck.
Parte dos investimentos irá para iniciativas relacionadas à parada programada de modernização da usina de Ouro Branco (MG), em 2022. Neste ano, será realizada parada programada de 60 dias no alto-forno 1 da usina e, em 2020 e 2021, reformas graduais.
De acordo com a Gerdau, o abastecimento dos clientes será assegurado pela formação de estoques estratégicos.
A empresa também investirá R$ 300 milhões para desativação completa da barragem dos Alemães, em Ouro Preto (MG), e implantação de solução de empilhamento a seco dos rejeitos da extração de minério de ferro. Os aportes irão também para a busca de outras tecnologias de segurança para a barragem.
Essa barragem é a maior da companhia e sua localização, em Minas Gerais, engloba a bacia do Rio São Francisco, conforme dados da Agência Nacional de Mineração (ANM). O minério extraído pela empresa supre os altos-fornos da usina de Ouro Branco, que fica na cidade do mesmo nome.
“Estamos no momento de definição de tecnologia e equipamentos. Assim que essas questões forem definidas, vamos iniciar a solução de empilhamento a seco”, disse Werneck , acrescentando que a barragem está estável e segue normas estaduais e federais.
Segundo o presidente da Gerdau, a companhia tem “compromisso de mais alto nível de segurança das pessoas e do meio ambiente”. “Gostaria de prestar nossa solidariedade às famílias das vítimas de Brumadinho”, disse o executivo.
O presidente da Gerdau ressaltou ainda que mais da metade da produção de aço da Gerdau é feita à base de sucata. “Apenas 15% do processamento de minério requer uso de barragem”, acrescentou.
A Gerdau tem uma barragem desativada desde 2011, que está totalmente seca, de acordo com Werneck.
Fonte: Valor