A Gerdau prevê destinar R$ 2,4 bilhões no aumento de capacidade, principalmente de aços especiais, de um total de R$ 7 bilhões projetados para serem aplicados até 2021, indicou o presidente da Gerdau, Gustavo Werneck.
“Já está em execução os investimentos de R$ 532 milhões em Pindamonhangaba que prevê aumento de 400 mil toneladas na capacidade atual”, apontou o executivo durante teleconferência sobre o resultado da empresa no primeiro trimestre de 2019.
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Outro investimento em curso diz respeito aos R$ 400 milhões que serão aplicados na parada para manutenção do alto-forno 1 da usina de Ouro Branco, em Minas Gerais. Segundo ele, a parada para reforma será feita entre os meses de julho e agosto e vai demandar um estoque de 350 mil toneladas de placas e tarugos para atender aos clientes da companhia neste período.
“Estamos diminuindo as exportações nesse ano para formar esse estoque. Além disso, 15% desse volume serão comprados de terceiros. Não está nos nossos planos a importação de aço para a formação de estoque”, ressaltou o executivo.
Com a reforma do alto-forno 1 em Ouro Branco, a Gerdau vai aumentar a capacidade de produção em 230 mil toneladas já a partir de 2021.
Conforme adiantou o Valor, a Gerdau entrou com pedido de licenciamento ambiental para uma nova mina na cidade de Itabirito (MG) que vai atender a usina de Ouro Branco. “Ainda não anunciamos os aportes necessários para esse empreendimento, mas teremos uma capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas de minério por cinco anos. É importante ressaltar que o minério de ferro extraído dessa nova lavra será para atender à demanda de Ouro Branco.”
Sobre o resultado nos três primeiros meses de 2019, Werneck disse que a companhia obteve um bom desempenho em produtos acabados, apesar da economia fraca no período. “Nós fomos mais seletivos na operação, com a renegociação de contratos com os clientes e isso nos fez recuperar margens nessa operação”, disse Werneck.
Segundo ele, a retomada efetiva da economia brasileira deverá acontecer no segundo semestre. Werneck destacou que, principalmente no setor de construção civil, a melhora no desempenho será consolidada na segunda metade do ano, o que pode aumentar o consumo de aço.
“As construtoras já anunciaram vários lançamentos o que mostra a retomada nesse setor. Além disso, acreditamos que com a aprovação da reforma da Previdência muitos investimentos serão destravados e terá impacto na indústria, principalmente a automotiva. Isso também favorece o consumo de aço”, ressaltou o executivo.
Na operação dos Estados Unidos, Werneck destacou que a demanda por aços especiais deve permanecer em ritmo acelerado neste ano. “Tivemos um desempenho muito bom neste semestre nas operações da América do Norte, principalmente pelo estímulo da produção nacional com a Seção 232, que aumentou as taxas de importação de aço. Utilizamos mais a nossa capacidade instalada para atender esses mercados. E isso deve continuar durante os próximos meses”, disse Werneck.
Fonte: Valor