A pior demanda no mercado interno fez com que a Gerdau, além do volume que já vende no exterior por meio de suas subsidiárias estrangeiras, elevasse a quantidade de aço exportada no primeiro trimestre. A empresa, de acordo com seu presidente, André Gerdau, pretende embarcar cerca de 30% de sua produção no Brasil para outros países em 2016.
De janeiro a março, a unidade brasileira da companhia gaúcha exportou 526 mil toneladas de seus produtos, 72,5% a mais do que no mesmo período de 2015. Enquanto isso, as vendas internas caíram 28,4%, para 896 mil toneladas. A procura baixa por aqui e a taxa cambial ainda interessante motivaram a decisão.
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O lucro líquido caiu 94,7%, para R$ 14,2 milhões, no trimestre. A receita líquida ficou 3,5% menor, fechando em R$ 10,1 bilhões. Um dos principais destaques foi a margem Ebitda da América do Sul, de 15% - a maior desde 2010.
Em teleconferência, o executivo-chefe disse ainda que a valorização internacional do aço já deve se traduzir em receita melhor durante o segundo trimestre. A partir de maio as entregas feitas no exterior levam em conta esse componente. As margens para essa área também provavelmente vão melhorar, acrescentou.
Preço maior é um dos motivos pelos quais a empresa também estuda exportar minério de ferro. Custos em baixa para infraestrutura portuária e fretes mais baratos também podem resultar nas vendas da commodity ao exterior.
Na teleconferência, Harley Scardoelli, diretor financeiro da siderúrgica, ainda comentou que a partir de agora a alavancagem (dívida líquida sobre Ebitda) tem potencial para ser reduzida. Em março, esse índice encontrava-se em quatro vezes, um patamar que, apesar de alto, foi classificado pelo BTG Pactual como "relativamente confortável". A alavancagem deve cair mais próxima a três vezes, mas a meta é chegar a 2,5 vezes para atingir um nível saudável, afirmou o executivo.
A Gerdau também garantiu que os investimentos de R$ 485,3 milhões nos três primeiros meses serão cortados. Desse total, 45% foram desembolsados para o novo laminador de chapas e para a aciaria na Argentina, gastos que vão se encerrar até o fim do ano. A meta é investir R$ 1,5 bilhão em 2016.
Fonte: Valor Econômico/Renato Rostás | De São Paulo