A Gerdau anunciou ontem a implantação do primeiro laminador de bobinas a quente do grupo no país, na usina siderúrgica de Ouro Branco (Açominas), com capacidade instalada de 820 mil toneladas por ano. O novo equipamento entrará em operação em 2012, junto com um laminador de chapas grossas que já havia sido anunciado em outubro do ano passado e, agora, teve o projeto ampliado de 1 milhão para 1,1 milhão de toneladas por ano.
Os dois laminadores permitirão a estreia da empresa na produção de aços planos no Brasil. Até agora, as operações no segmento limitam-se à usina Gallatin, no Estado americano do Kentucky. Em comunicado, a Gerdau informou que, "no futuro", a capacidade combinada dos equipamentos poderá ser expandida para 3 milhões de toneladas por ano, ante volume inicial de 1,9 milhão de toneladas.
O investimento nos novos laminadores será de R$ 2,4 bilhões e está incluído no programa global do grupo de R$ 9,5 bilhões para o período 2010-2014, sendo 80% no Brasil. Conforme a Gerdau, o projeto para a Açominas conta com apoio do governo de Minas Gerais e 70% do montante será gasto com fornecedores nacionais. No ano passado, quando anunciou a implantação da linha de chapas grossas, a empresa disse que os aportes chegariam a R$ 1,75 bilhão.
"Estamos investindo para atender o mercado brasileiro e global, frente à expectativa de crescimento da demanda por aço nos próximos anos", afirmou, em comunicado, o diretor-presidente da Gerdau, André Gerdau Johannpeter. As chapas grossas e as bobinas a quente são usadas pelas indústrias petrolífera, naval, da construção civil (no segmento de construção metálica) e de máquinas e implementos. A instalação dos novos equipamentos exigirá a contratação de 700 pessoas.
A empresa também reiterou ontem que a expansão do laminador de perfis estruturais em Ouro Branco, de 540 mil para 700 mil toneladas por ano, entrará em operação em 2011, com investimentos de R$ 100 milhões. Outros R$ 352 milhões estão sendo aplicados em Minas Gerais para ampliar a produção própria de minério de ferro, de 2,7 milhões para 6,6 milhões de toneladas até 2012.
Em maio, durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre, a Gerdau informou que, com a expansão programada até 2012, as minas de Várzea do Lopes e Miguel Burnier serão capazes de suprir 100% das necessidades de minério de ferro da Açominas, que responde por cerca de 85% de todo o consumo da matéria-prima do grupo. Capaz de produzir 4,5 milhões de toneladas de aço bruto (usado na fabricação de laminados) por ano, a siderúrgica representa ainda 18% de toda a capacidade instalada do conglomerado.
Fonte: Valor Econômico/Sérgio Bueno, de Porto Alegre
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