BRASÍLIA - O secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Welber Barral, afirmou hoje que o governo continuará a colocar em prática as medidas já anunciadas que têm por objetivo aumentar a competitividade das exportações brasileiras. Segundo ele, o "Eximbank nacional" deve ser criado até o fim do ano, assim como a implementação do chamado "Drawback Isenção", que vai ampliar a desoneração da cadeia de bens fabricados no País para exportação.
"Vamos continuar trabalhando, mas as medidas em implementação tratam de problemas pontuais. A logística brasileira também precisa ser atualizada, pois há uma sobrecarga. Além disso, temos que trabalhar a questão tributária", disse Barral.
Segundo o secretário, a questão cambial ganhou tamanha importância para a competitividade dos produtos brasileiros porque outros gargalos, como a infraestrutura, ainda não foram amenizados. Conforme Barral, apesar da queda da participação de industrializados na pauta de exportações, o Brasil não corre o risco de padecer da chamada "doença holandesa" (grande exportação de produtos básicos e desindustrialização).
"Grande parte da indústria brasileira está operando com nível alto de utilização da capacidade. O dilema brasileiro é que o mercado interno está muito demandante e há diminuição das vendas para o exterior", argumentou, explicando a mudança de estratégia das empresas.
Segundo Barral, o Brasil aumentou as operações de fiscalização nas fronteiras para coibir um aumento potencial de fraudes e falsificações de notas fiscais e certificados de origem. Também será dada continuidade à aplicação de medidas antidumping quando forem verificadas práticas desleais de comércio. "É bom lembrar que o Brasil já é terceiro maior usuário mundial de direito antidumping. E isso não dá para aumentar muito", ressaltou.
Barral também expressou preocupação com a política dos Estados Unidos de inundar o mercado americano com dólares. "O anúncio do Fed causa preocupação, pois se trata de uma ''política de enfraquecimento do vizinho'', que acaba gerando medidas de retaliação em outros países, e isso causa ainda mais distorções. O resultado é esse câncer que é o protecionismo, cuja metástase é muito rápida", concluiu.
Fonte: Agencia Estado/EDUARDO RODRIGUES
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