BRASÍLIA - O governo espera derrubar de vez o embargo da China à carne bovina brasileira nesta semana, informou ao Valor o ministro da Agricultura, Neri Geller.
Em julho, em visita a Brasília, o presidente chinês Xi Jinping anunciou formalmente o fim das restrições de seu país para importar carne bovina do Brasil. Até hoje, porém, não houve a derrubada de fato do embargo por conta de aspectos burocráticos.
“Queremos consolidar a abertura do mercado chinês e esperamos assinar o levante do embargo chinês [à carne bovina do Brasil] nestes dias”, afirmou Geller, que estará quarta-feira na China, onde se encontrará com autoridades de governo para negociar o fim do embargo.
A China suspendeu as importações de carne bovina brasileira no fim de 2012 por conta de um caso atípico da doença da "vaca louca" no Paraná. Naquele ano, o Brasil exportou US$ 37,7 milhões do produto à China, contra US$ 2,5 milhões em 2009, ano em que o mercado chinês se abriu para a carne bovina brasileira.
Técnicos do próprio ministério advertem que o cancelamento de um embargo sanitário prevê trocas de documentos e a formalização de um novo certificado que possibilite a volta efetiva das vendas externas. Ou seja, o fim do embargo não é imediato e não depende apenas de acordo diplomático entre as autoridades.
Além da China, outros países como o Bahrein, o Catar, o Kuwait e a Arábia Saudita mantêm atualmente embargos à importação de carne bovina brasileira. Segundo o ministro Geller, contudo, as restrições impostas pela Arábia devem cair em dezembro.
“As questões técnicas e burocráticas foram superadas”, disse o ministro, que se encontra desde o último fim de semana no país asiático para tratar dessas negociações. “Na pior das hipóteses, esperamos levantar o embargo na segunda quinzena de dezembro.”
Em 2012, o Brasil exportou para o país saudita US$ 58 milhões, montante que foi zerado no ano seguinte em função das restrições.
Geller ainda informou que o serviço sanitário da Arábia Saudita enviará técnicos ao Brasil nos próximos dias para inspeção de frigoríficos de carne bovina. E que serão feitas várias visitas ao Brasil até o fim do ano com a expectativa de que, a cada vinda, quatro ou cinco plantas sejam inspecionadas.
Na viagem à Arábia, Geller também relata ter havido a intenção de um empresário do setor de refino de açúcar em investir no Brasil.
Fonte: Valor Econômico/Cristiano Zaia
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