SÃO PAULO - A Mapfre Seguros deve fechar o ano de 2010 com faturamento de R$ 45 milhões no segmento de riscos industriais. A previsão foi feita pelo diretor de Riscos Industriais da Mapfre Seguros, Octávio Luiz Bromatti, em entrevista exclusiva ao DCI, na última sexta-feira (15).

"Conquistamos duas contas importantes em 2010 e estamos muito animados com o ritmo das obras previstas para os próximos anos", vislumbrou Bromatti.

Segundo o diretor, a Mapfre conquistou os prêmios de cobertura de riscos da construção da Brasil Terminais Portuários, no bairro de Alemoa, em Santos, no litoral de São Paulo, e também vai participar do consórcio segurador da ferrovia Transnordestina.

As duas contas representam R$ 20 milhões, ou cerca de 45% dos R$ 45 milhões que a seguradora prevê faturar em 2010 nesse segmento específico.

"É uma área promissora, nos próximos cinco anos estão previstos e orçados R$ 100 bilhões em obras de infraestrutura no Brasil", quantifica Bromatti.

O executivo estima que o setor segurador vai garantir até R$ 1,5 bilhão em prêmios com as obras planejadas. "Isso dá uma média de R$ 300 milhões por ano que serão disputados pelos principais players", calcula Bromatti.

Os principais concorrentes da Mapfre Seguros nesse segmento são Itaú, SulAmérica e Allianz.

Entre as modalidades de produtos que as seguradoras devem disputar em licitações do governo e para as grandes empresas do País, estão: seguro-garantia, seguro de riscos de engenharia, seguro de responsabilidade civil, seguro de transporte durante as obras, seguro de equipamentos e seguros operacionais na etapa de pós-construção.

"Vamos participar de todas as licitações para construções de portos e aeroportos, construção de estaleiros, ferrovias e rodovias", vislumbra o diretor.

Bromatti revelou que a Mapfre está interessada nas diversas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Em algumas delas, como o metrô de superfície de Brasília, no Distrito Federal, e a construção do trem bala entre o Rio de Janeiro e São Paulo, vamos contar com a experiência em ferrovias de nossa sede na Espanha", detalhou o executivo.

A Mapfre Seguros também está de olho nas oportunidades da Copa do Mundo de 2014 e das Olímpiadas de 2016. "Já estamos participando das licitações para o seguro da construção do Estádio da Fonte Nova, na Bahia, e da Arena do Grêmio, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul", revelou o diretor.

Mas segundo o executivo, as arenas esportivas são apenas uma pequena parte desse potencial. "São as obras de infraestrutura em torno das cidades sedes é que proporcionam as melhores oportunidades", aponta Bromatti.

"Nossa intenção é segurar toda a malha de transporte que será necessária para o País em si, além de seguros para a construção de hotéis e terminais rodoviários ou ferroviários", vislumbrou.

Outra estratégia da seguradora está na exploração do pré-sal. "Já atuamos no pós-sal com riscos de engenharia e riscos do petróleo, somos candidatos naturais a participar do pré-sal também", diz.

A Mapfre Seguros possui 20% de participação no consórcio de seguradoras que atende a Petrobras em atividades on-shore (terra) e off-shore (mar).

Bromatti explicou que a estratégia da seguradora em atuar com grandes obras de infraestrutura precisa contar com a solidez e a capacidade de resseguradoras nacionais e internacionais.

"Os riscos são muito grandes nesses empreendimentos de porte e se faz necessário contar com o resseguro para diminuir o impacto dos sinistros", comentou Bromatti.

O diretor revelou que nessa área a ocorrência de sinistros varia de ano para ano, mas que impacta entre 50% e 70% dos prêmios retidos.

"Na área industrial registramos sinistros de incêndio em instalações e fábricas, quebras de equipamento e até incêndios em acampamentos dos trabalhadores", esclareceu o executivo.

Questionado pelo DCI sobre a ocorrência de acidentes no setor de mineração no Brasil, o diretor garantiu que as normas são bastante rígidas por aqui.

"Não registramos nenhuma ocorrência nos últimos anos. Não há nenhum caso semelhante ao que ocorreu no Chile recentemente", contou Bromatti.

A Mapfre Seguros participa com uma fatia de 10% no consórcio que faz a cobertura de seguro patrimonial da mineradora Vale no Brasil e no Exterior.

"A seguradora realiza inspeções constantes nas minas por uma equipe de engenheiros. Os relatórios servem de base para avaliação das co-resseguradoras internacionais", concluiu.

Fonte: DCI/Ernani Fagundes

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