O estresse causado na economia global pela guerra comercial entre Estados Unidos e China tem muito mais peso para os interesses brasileiros do que eventuais ganhos de espaço de produtos “made in Brazil” nesses dois enormes mercados.
Essa é a avaliação que corre, desde quinta-feira à tarde, nos principais gabinetes de Brasília. O governo acredita que os riscos superam fartamente as oportunidades nessa escalada do protecionismo. “Não há vencedores em uma guerra comercial”, diz um alto funcionário, emulando a frase pronunciada por Donald Trump ao anunciar as barreiras para o aço.
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“Um ou outro” setor da indústria ou do agronegócio poderia até se beneficiar com a substituição de produtos chineses nos Estados Unidos ou de produtos americanos no mercado chinês. Mas, ninguém se engane, afirma um assessor presidencial, a confiança dos investidores pode dar lugar rapidamente a um mau humor generalizado nos mercados, e o impacto de um ou dois pontinhos a menos no crescimento da economia mundial tem muito mais reflexo para as exportações brasileiras do que essas novas oportunidades.
Fonte: Valor