A holandesa Hyva, fabricante de cilindros hidráulicos telescópicos para veículos basculantes e guindastes articulados sobre caminhões, vai implantar sua segunda fábrica no Brasil. A subsidiária da empresa no país estuda a construção de uma nova unidade a partir do zero (o chamado projeto "greenfield") ou a aquisição de outra indústria do setor, disse o diretor-geral da companhia, Rogério De Antoni.
Conforme o executivo, a futura fábrica será dedicada exclusivamente à produção de guindastes e se a decisão for pela construção de uma planta nova, ela deverá ser tomada até o fim deste mês. Se este prazo for extrapolado, ganhará força a possibilidade de aquisição. "Existem cerca de 30 fabricantes no Brasil e estamos fazendo alguns contatos", revelou o executivo.
De Antoni viajou nesta semana para Amsterdã para discutir o assunto com a direção do grupo. Segundo ele, a implantação de uma unidade industrial a partir do zero custaria cerca de R$ 20 milhões e provavelmente será próxima da atual, em Caxias do Sul (RS). Já a compra de um concorrente exigiria mais do que isto, mas o investimento começaria a se pagar mais rapidamente, explicou ele.
Com a produção local, Hyva pretende aumentar competitividade por contar com mais opções de financiamento
A Hyva estima suprir 5% da demanda doméstica - que é, atualmente, de aproximados 6 mil guindastes em 2011. Com a nova unidade, a empresa planeja chegar à faixa de 20% a 25% em três a quatro anos, revela De Antoni. Com isso, a fabricante estará na briga com empresas como Argos e Palfinger, ambas no Estado do Rio Grande do Sul, pela liderança do mercado brasileiro do segmento, que deve crescer 10% ao ano "no mínimo" até 2016, puxado pelos setores da construção e da agricultura, acredita o diretor-geral da Hyva
A nova fábrica também vai aumentar o número de modelos produzidos no Brasil, com nacionalização acima de 60% e que, inclusive, podem ser financiados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Atualmente apenas dois dos 16 tipos de guindastes vendidos pela empresa no país são fabricados em Caxias do Sul, enquanto os demais são importados da Itália.
No futuro, a ideia é trazer de fora apenas as linhas de grande porte, com capacidade de carga superior a 50 toneladas por metro (indicador que representa a capacidade de movimentação de carga de um equipamento com um braço de um metro de extensão). "Com a produção local, devemos aumentar nossa competitividade porque teremos mais opções de financiamento", disse De Antoni.
A Hyva prevê encerrar 2011 com uma receita bruta de R$ 165 milhões a R$ 170 milhões no Brasil, ante R$ 137 milhões em 2010. Já as exportações, basicamente de cilindros hidráulicos para América do Sul e do Norte, Europa e Oriente Médio, deverão crescer 40% e fechar o ano com uma participação de 34% sobre o faturamento total.
Com a nova unidade a empresa também vai abrir espaço na fábrica atual, que passará a produzir apenas cilindros - mas não deve ter a capacidade ampliada, por enquanto. A Hyva pode produzir 45 mil componentes por ano em Caxias do Sul, volume suficiente para atender a demanda duramente mais dois a três anos, entende o diretor. Neste segmento a empresa é líder no mercado nacional, com 70% de participação, disse De Antoni.
Com 190 funcionários, a operação brasileira responde por 10% a 12% das receitas globais do grupo, de acordo com o executivo. A Hyva tem ainda fábricas de guindastes na Holanda e na Itália e de cilindros na Alemanha, na Índia e na China.
fonte: Valor EconômicoSérgio Ruck Bueno | De Porto Alegre
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