De olho nas legislações que as empresas devem cumprir para proteger o ambiente e no consumidor, que tem prestado mais atenção no assunto, o Ibope, um dos maiores grupos de pesquisas do país, decidiu investir num novo braço de negócios. A Ibope Ambiental, aberta há seis meses, já certificou nove projetos de fabricantes de cerâmica, que adotaram práticas sustentáveis e podem vender créditos de carbono para outras empresas.
"Certificamos alguns aspectos dos projetos como condições de trabalho e a troca do combustível fóssil por uma fonte renovável", diz o diretor-executivo da Ibope Ambiental, Shigueo Watanabe, que está trabalhando com o apoio de dois auditores, em parceria com a Sustainable Carbon. Em 2012, a operação deve crescer para cerca de 40 a 50 certificações.
A demanda por selos que atestem práticas sustentáveis também deve avançar na esteira da Lei Nacional de Mudanças Climáticas, já em vigor. Reduzir o desmatamento na Amazônia é meta importante, mas fora da região a lei também prevê que empresas de diversas áreas (de siderúrgicas ao setor agropecuário, por exemplo) terão que produzir de modo a gerar menos poluição.
As empresas terão que fazer seus inventários de emissões de poluentes e contratar uma certificadora para atestar o resultado. Não há cálculos precisos, mas Watanabe estima que esse mercado deve movimentar entre € 5 milhões e € 10 milhões no país. A Ibope Ambiental já fez o inventários de emissões para três companhias (uma mineradora, uma empresa de logística e outra do setor de petróleo e gás).
A Ibope Ambiental também pretende prestar consultoria, mas não agora. A nova empresa vai disputar o mercado com grandes empresas como KPMG, Ernst & Young, Deloitte, PwC e certificadoras europeias.
O grupo Ibope faturou cerca de R$ 525 milhões em 2010 e emprega 2,7 mil funcionários. Atua no Brasil e em mais 14 países.
Fonte: Valor Econômico/Cynthia Malta | De São Paulo
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