Segundo levantamento da CNI, 65,3% dos empresários do setor industrial consideram a alta carga tributária como o principal obstáculo para o crescimento. Em 2º lugar vem a concorrência acirrada
BRASÍLIA – O principal problema enfrentado pela indústria brasileira continua sendo a elevada carga tributária, de acordo com sondagem divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). No terceiro trimestre de 2010, 65,3% dos empresários entrevistados elencaram a tributação como um dos elementos que dificultam o crescimento. No trimestre anterior, o problema foi citado por 65,6% dos entrevistados.
Em segundo lugar, a competição acirrada no mercado foi lembrada por 40,5% dos empresários no terceiro trimestre, ante 39,5% no trimestre anterior. A sondagem também mostra uma elevação da preocupação em relação à mão de obra qualificada. O item foi apontado por 26,5% dos entrevistados como um dos maiores problemas enfrentados ante 24,9% registrados no trimestre anterior. Segundo a CNI, este quesito vem ganhando importância há seis trimestres consecutivos.
Em seguida, com aumento nas citações nos últimos dois trimestres, as taxas de juros elevadas foram lembradas por 25,5% dos empresários (ante 23,7% no trimestre anterior). O alto custo de matérias-primas foi citado por 24,5% dos entrevistados, o mesmo porcentual registrado no trimestre anterior.
Já a falta de demanda, que chegou a ser o segundo problema mais levantado pelas empresas no início de 2009, manteve trajetória de queda, passando de 22% no segundo trimestre para 16,9% no terceiro, caindo para a sexta posição entre os principais problemas.
EXPANSÃO
A atividade industrial manteve crescimento em setembro, mas diminuiu o ritmo de expansão em relação a agosto, de acordo com sondagem da CNI. Em uma escala onde valores acima de 50 pontos significam aumento na produção, o indicador de setembro registrou 53 pontos, ante 55,1 pontos em agosto.
Mas o resultado ficou abaixo da média histórica medida pela sondagem, de 53,6 pontos. Segundo a CNI, porém, a indústria mantém “uma trajetória de expansão disseminada”, sendo que 19 dos 26 setores pesquisados apresentaram aumento de produção em setembro. Além disso, as pequenas empresas, que haviam interrompido a expansão no segundo trimestre deste ano, voltaram a registrar variação positiva entre julho e setembro.
O documento ressalta que é usual o aumento da atividade industrial entre o segundo e o terceiro trimestre, por conta das encomendas para o fim do ano. Com isso, o número de empregados na indústria também cresceu no terceiro trimestre, com indicador em 55,2 pontos.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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