A empresa argentina Impsa vai fornecer as turbinas da hidrelétrica de Colíder, que será construída no Rio Teles Pires em Mato Grosso. O contrato está estimado em R$ 200 milhões. A usina que terá capacidade de gerar 300 megawatts (MW) foi arrematada pela paranaense Copel em leilão de energia promovido pelo governo federal na semana passada e vai requerer investimentos da ordem de R$ 1,3 bilhão.
Esse é o terceiro contrato que a Impsa fecha nesta semana para fornecimento de turbinas de usinas hidrelétricas. A empresa vai fornecer quatro turbinas do tipo francis para a usina hidrelétrica de Belo Monte e ainda turbinas do tipo pelton, de 315 MW, para a colombiana Empresas Públicas de Medellín que está modernizando a usina hidrelétrica Tasajera, que fica na Colômbia.
Todos os equipamentos serão produzidos na fábrica da empresa em Pernambuco, onde o grupo está investindo R$ 250 milhões para ampliar sua capacidade instalada. O vice-presidente executivo da Impsa no Brasil, José Luis Menghini, diz que com esses contratos cerca de 50% da capacidade instalada da empresa será usada. "O que significa que podemos fechar muito mais contratos e estamos de olho no leilão de energia renováveis", afirma Menghini.
A empresa já negocia fornecimento com os empreendedores que vão ao leilão no final de agosto. O governo vai negociar energia de empreendimentos do setor eólico, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e usinas de biomassa. A Impsa já fabrica turbinas eólicas em Pernambuco, para o próprio grupo que vendeu no ano passado projetos de cerca de 200 MW.
Sobre o contrato para a usina de Belo Monte, o executivo da Impsa não dá maiores detalhes, principalmente de preços pois ainda falta aprovação do conselho de administração do consórcio Norte Energia para o negócio. A usina que será construída no Pará vai requerer 24 turbinas. Dezoito delas são do tipo francis e as outras seis são do tipo bulbo, que são próprias para usinas fio d'água, ou seja, sem grandes reservatórios. O consórcio fornecedor liderado pela Alstom é que deverá fornecer as turbinas bulbo e as outras 14 turbinas do tipo francis.
Com os novos contratos de fornecimento de turbinas, a Impsa quer se tornar uma alternativa aos grupos europeus que hoje dominam o mercado no país, pois eram até então os únicos a ter fábricas no Brasuil. Chineses e russos já tem contratos de fornecimento de turbinas aqui, mas não tem fábricas. Como se viu no último leilão, o governo brasileiro dará prioridade à indústria nacional. Por isso, a decisão da Impsa de ampliar sua fábrica pernambucana.
Fonte: Valor Econômico/Josette Goulart, de São Paulo
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