A empresa argentina Impsa fechou contrato de R$ 600 milhões com a Chesf para fornecer as turbinas aerogeradoras do parque Casa Nova, que será instalado na Bahia com potência de gerar 120 MW. Com esse contrato, a carteira da fábrica da Impsa no país, que fica em Pernambuco, chega a R$ 3 bilhões que serão faturados nos próximos dois anos. Ao todo, serão produzidos 1.000 MW em turbinas e a maior parte são de contratos com empresas do próprio grupo, que venceram leilões de energia eólica nos últimos dois anos.
O setor de equipamentos para parques eólicos está bastante movimentado desde que o governo federal realizou o primeiro leilão de energia eólica em 2009. Nesta semana, também a Siemens fechou contrato com a ERSA para produzir aerogeradores de quatro parques que serão instalados no Rio Grande do Norte e juntos terão capacidade instalada de 78,2 MW. Mas a empresa alemã Siemens, que tem fábricas no Brasil, não quis revelar o valor do negócio.
O gerente comercial da Impsa Wind, Paulo Ferreira, diz que a concorrência nesse setor tem sido muito forte, principalmente de europeus e americanos. Como os negócios eólicos no mundo se reduziram desde a crise de 2008, as empresas internacionais, para conquistar clientes e retomar a capacidade instalada, reduziram seus preços forçando as margens para baixo. "Eles têm a vantagem de ter maior escala e pela realidade brasileira é difícil acompanhar essa concorrência", diz Ferreira.
A Impsa ainda tem cerca de 200 MW em capacidade instalada disponível para novos negócios nos próximos dois anos. A empresa já projeta uma expansão de sua fábrica e quer ganhar mercado com um aerogerador que desenvolveu adaptada, segundo Ferreira, à realidade dos ventos brasileiros. No Nordeste do país, os ventos são constantes e não há incidência de ventos extremos, segundo Ferreira.
Para o projeto da Chesf - que foi bastante competitivo no leilão de fontes alternativas, realizado ano passado, com a energia sendo vendida a R$ 131,50 o MWh - já foi feita uma adaptação à realidade dos ventos brasileiros e os aerogeradores serão colocados a uma distância menor do que o tradicional. "Estudamos um ano esse projeto junto com a Chesf para chegar a essa otimização", diz Ferreira.
Fonte: Valor Econômico/Josette Goulart | De São Paulo
PUBLICIDADE