É natural que a realização da 11a rodada de petróleo e gás da ANP atrase enquanto há "coisas pendentes" como a discussão sobre a distribuição dos royalties no país, disse o empresário Eike Batista nesta quarta-feira.
Para o presidente do grupo EBX, que reúne ativos de petróleo, mineração, energia, logística e construção naval, o governo pode estar aguardando a definição acerca da divisão dos recursos entre Estados no Congresso Nacional para então autorizar o leilão.
Eike fez o comentário sobre a 11a rodada após ser indagado se o fato de o governo estar preparando um novo marco para a mineração estava travando a liberação de novas licenças de pesquisa e lavra no país.
"É sempre assim. Até a 11a rodada não vem andando por problemas de decisão em relação a royalties. Quando há pendências, as coisas atrasam mesmo, faz parte do processo", afirmou.
A definição do novo marco da mineração pode estar levando o governo a atrasar a disponibilidade de algumas áreas exploratórias, como andam se queixando alguns investidores, avaliou o empresário, que participou de solenidade onde fez uma doação de 30 milhões de reais para finalizar a construção do Hospital Pró-Criança, em Botafogo, Zona Sul do Rio.
PARCERIA COM PETROBRAS
Na ocasião, Eike confirmou que buscará formar parcerias com a Vale e a Petrobras na área de logística, oferecendo às empresas espaço no Superporto do Açu, no norte fluminense.
Batista afirmou que estuda uma parceria com a Vale para ligar o porto do Açu a ferrovias administradas pela mineradora. . O projeto envolve as ferrovias FCA (Ferrovia Centro Atlântica) e MRS Logística, administradas pela Vale.
"A Vale vai poder trazer carga não somente do trecho do Rio de Janeiro, Campos, mas evetualmente pode ligar isso à MRS, ligar à malha da ALL e chegar até o Mato Grosso, onde eles têm mina", adiantou. As malhas ferroviárias da MRS e da ALL ligam o Sudeste ao Centro-oeste.
Com a Petrobras, Batista planeja sinergias no uso do Superporto do Açu.
"A Petrobras precisa de logística também, seja na tancagem, seja no uso de um porto supermoderno. Ela não é operadora de portos, não tem que fazer tudo", disse o empresário. "Posso oferecer um preço mais barato do que seria se ela fosse fazer todo o investimento, para ela e outras empresas brasileiras", afirmou.
DISTRIBUIDORAS TÊM QUE INVESTIR
O empresário descartou a possibilidade de entrar no segmento de distribuição elétrica. Vai se limitar à geração de energia, área que já atua por meio da MPX.
Eike afirmou que falta investimento em manutenção no Brasil por parte das concessionárias de distribuição de energia elétrica.
"As agências têm que exigir mais manutenção. As empresas pararam de investir", disse.
Fonte: Reuters
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