A Índia produziu 23,2 milhões de toneladas de açúcar entre outubro do ano passado e março deste ano, aumento de 13,4% ante o mesmo período da safra anterior, quando foram produzidos 20,45 milhões de toneladas.
Até o fim de março, 385 usinas de um total de 476 ainda operavam, ante 329 unidades de um ano atrás, o que sugere que a produção pode superar os 26 milhões de toneladas nesta safra.
No Estado indiano de Maharashtra, a produção de açúcar alcançou 8,01 milhões de toneladas, com crescimento de 11,1%, enquanto no Estado de Uttar Pradesh foram produzidos 6,63 milhões de toneladas de açúcar, ante 5,88 milhões em igual período da safra anterior. As usinas de outro Estado, Karnataka, também produziram mais: foram 3,5 milhões de toneladas, aumento de 16,7%.
Considerando que a demanda interna atinja 22,8 milhões de toneladas nesta temporada, a indústria local se diz apta a receber cotas adicionais de exportação, acima dos 3 milhões de toneladas já autorizadas até agora.
Há grande pressão para que o governo indiano libere a quarta cota de exportação, antes que o mundo volte a ser abastecido com mais intensidade pelo açúcar produzido no Brasil, a partir de maio.
Devido à maior abertura do mercado indiano para exportação, há sinais de que o plantio de cana continuará firme no país, dando a entender que a Índia poderá ser capaz de exportar açúcar pelo terceiro ano consecutivo, a partir de outubro próximo.
Enquanto isso, o Brasil exportou 994 mil toneladas de açúcar em março, 25,8% menos que em fevereiro e uma queda de 29,5% ante o mesmo mês do ano passado. Essa é a primeira vez que o Brasil exporta menos de 1 milhão de toneladas em um mês, desde abril de 2008.
Do volume exportado em março no Brasil, 625,3 mil toneladas foram de açúcar a granel e 369,9 mil toneladas de açúcar em sacos. Assim, em relação a fevereiro, houve redução de 39% nos embarques de açúcar bruto e aumento de 0,8% no ensacado.
Na soma de janeiro a março, as exportações de açúcar totalizaram 3,57 milhões de toneladas -ou 10,3% menos do volume exportado no primeiro trimestre de 2011.
Com essa performance, o Brasil, responsável por 51% das exportações mundiais de açúcar na safra 2010/11, deve encerrar a atual temporada 2011/12 com uma participação de mercado de 44,7%.
Diante desses números, não há como negar que o açúcar brasileiro perde participação no mercado internacional para outros países.
Fnte: Folha de São Paulo/PLINIO NASTARI ESPECIAL PARA A FOLHA
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