São Paulo (AE) - A Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq) vai pleitear junto ao governo o aumento da alíquota do Imposto de Importação de 14% para 35% dos equipamentos comprados no exterior e que tenham similares nacionais. No mês passado, as importações de máquinas atingiram a maior marca mensal em 70 anos: US$ 2,253 bilhões, com crescimento de 52,6% ante julho de 2009.
“Vamos fazer esse pleito ao Ministério da Fazenda nas próximas semanas”, afirma o presidente da Abimaq, Luiz Aubert Neto. Ele frisa que a indústria brasileira de máquinas está perdendo competitividade em relação aos produtos estrangeiros. “A falta de isonomia em relação às máquinas importadas é brutal”, diz ele, se referindo à taxa de câmbio, aos tributos e às vantagens de financiamento oferecidas pelos países que vendem máquinas para o Brasil.
Aubert Neto diz que a tributação de 35% está de acordo com o teto das alíquotas de importação, segundo as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC). A entidade defende o aumento do imposto em caráter emergencial para estancar o processo de desindustrialização pelo qual passa a indústria de máquinas. Para os equipamentos sem similares nacionais, o imposto de importação é hoje de 2% e essa alíquota seria mantida
De janeiro a julho, o saldo da balança comercial do setor de máquinas registrou um déficit de US$ 8,072 bilhões e previsão é encerrar o ano com um saldo negativo de US$ 13 bilhões, o maior déficit já registrado.
Exportadora
Aubert Neto destaca o avanço dos países asiáticos no mercado brasileiro de máquinas. “A China vai passar a Alemanha que hoje é a segunda maior fornecedora de máquinas no próximo mês”, afirmou o executivo. No primeiro semestre, a China foi a terceira maior exportadora de máquinas para o Brasil, com vendas de US$ 1,594 bilhão e respondeu por 11,9% das importações.
“Em 2005 a China não aparecia entre dez maiores fornecedores.” Movimento semelhante ocorre com a Coreia do Sul que vendeu no primeiro semestre US$ 494,4 milhões e responde por 3,8% das importações, em 2004 detinha 1,1%. “As importações da Índia não eram nada cinco anos atrás.” O presidente da Abimaq diz que a Coreia se destaca pois vende com preço, qualidade e prazo. Isso faz parte da política industrial dos países que estão avançado no mercado brasileiro.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal
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