O ministro interino do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Alessandro Teixeira, disse ontem que o governo vai adotar novos incentivos para a indústria nacional. Segundo ele, o governo quer garantir que o setor no mínimo mantenha o desempenho alcançado no ano passado. "Nós teremos medidas que vão auxiliar a defesa da indústria, medidas que vão fortalecer a produção local e também em relação ao crédito, que é muito importante para a indústria, especialmente em um ano em que a liquidez internacional está cada vez mais reduzida", disse ao participar da abertura da Feira Internacional de Calçados, Artigos Esportivos e Artefatos de Couro (Couromoda).
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), Milton Cardoso, cobrou mais rigor no combate ao dumping praticado principalmente por empresas chinesas. Ele ressaltou que o setor tem uma extensa cadeia produtiva que vai da produção das matérias-primas à montagem do produto final, que não podem ser destruída por uma concorrência desleal.
Cardoso, prevê que 2012 seja um ano de recuperação para a indústria calçadista brasileira. "Acredito que haverá a retomada por conta do Plano Brasil Maior, da recuperação da defasagem cambial e do início dos procedimentos de defesa comercial e de ação fiscal que visa combater a entrada de calçados ilegais no Brasil", disse.
O executivo ressaltou que o ano passado foi ruim para o setor calçadista, principalmente, para as exportações. "Ampliamos destinos, investimos em novas tendências e em qualidade. Ainda assim nossas exportações caíram 13% em valor e 21% em volume de pares."
Cardoso ressaltou ainda que houve crescimento na demanda interna, mas boa parte desse crescimento foi absorvido pelo calçado importado. As vendas no varejo de calçados e artigos de couro cresceram 7% em valor e 5% em volume, segundo dados da Ablac, associação dos Lojistas de calçados.
O executivo ressalta que a consequência da entrada de calçados importados foi a queda de 11,7% até novembro na produção nacional em relação a igual período de 2010, segundo o IBGE. O setor terminou novembro com 362.439 postos de emprego, queda de 7,8 mil vagas.
(Fonte: Valor Econômico/Com Agência Brasil)
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