De São Paulo - A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) voltou a revisar para baixo sua estimativa para a produção de soja no país nesta safra 2011/12 por causa da estiagem que prejudicou as lavouras na região Sul, principalmente no Rio Grande do Sul.
Segundo a entidade, a colheita, que está na reta final, somará 65,9 milhões de toneladas, 5,2% menos que o previsto no início de março (69,5 milhões). Se confirmado, o volume será 11,4% inferior ao estimado para a temporada 2010/11.
Com o novo ajuste, a Abiove também reduziu sua projeção para as exportações brasileiras do grão em 2011/12 para 30 milhões de toneladas e cortou os estoques finais do produto para 1,6 milhão. As previsões para produção, consumo doméstico e exportações tanto de farelo quanto de óleo de soja também foram corrigidos para baixo.
Assim, as exportações do chamado "complexo soja", que inclui grão, farelo e óleo, passaram a ser projetadas em US$ 21,8 bilhões em 2012, quase 10% menos que no ano passado (US$ 24,2 bilhões, um recorde histórico).
Antes do anúncio dos novos números da Abiove, a RC Consultores já havia divulgado previsões nas quais a soja sangrava. Com a queda da colheita, e apesar dos preços elevados neste primeiro quadrimestre, a empresa projetou a receita agrícola bruta da oleaginosa em R$ 63,8 bilhões em 2012, 6,3% menor que seus cálculos para o resultado de 2011.
Mas a RC não foi tão pessimista quanto o Ministério da Agricultura e a soja, em sua visão, seguirá como líder nesse ranking. O valor previsto é quase 40% superior ao da cana, que aparece em seguida.
Para a cana, cujas previsões apontam para aumento da colheita na safra 2012/13 e que encabeçou a última projeção do ministério para o valor bruto da produção (VBP) das 20 principais culturas agrícolas do país, a consultoria estima receita de R$ 45,8 bilhões, 29,7% mais que em 2011. O milho completa a lista das três principais culturas do país, com receita prevista pela RC em R$ 27,1 bilhões, 3,8% acima do ano passado.
Juntos, os principais grãos (soja, milho, arroz, feijão, algodão e trigo, entre outros) deverão gerar receita bruta de R$ 113,9 bilhões, 2,7% maior que em 2011. As mais importantes culturas perenes (cana, café, laranja e fumo) deverão chegar a R$ 98,7 bilhões, incremento de 11,3% em igual comparação. E, no total, o valor deverá alcançar R$ 242,4 bilhões em 2012, alta de 4,7%, conforme a RC. (FL)
Fonte: Valor Econômico
PUBLICIDADE