Os recursos serão aplicados em Pernambuco até 2020 por meio dos empreendimentos em implantação, segundo a Ceplan
O Estado receberá investimentos de R$ 52,7 bilhões em empreendimentos que vão gerar cerca de 80.700 empregos no seu período de implantação, segundo um levantamento da Consultoria Econômica e Planejamento (Ceplan). Isso vai trazer um impacto no crescimento econômico do Estado pelas próximas duas décadas. No entanto, os economistas que fizeram o estudo apontaram alguns desafios que devem ser enfrentados, como melhorar a qualificação da mão de obra e aumentar a cultura empreendedora dos empresários locais.
"O investimento é um valor conservador. Incluímos os principais empreendimentos em curso (refinaria, estaleiro e polo petroquímico) e os anunciados a partir de 2010. Outros investimentos virão como as empresas que vão fornecer para a Fiat. O prazo em que serão implantados vai depender de cada uma das empresas, mas isso deve ocorrer, no máximo, até 2020", explicou o sócio-diretor da Ceplan, o economista e ex-secretário da Fazenda estadual, Jorge Jatobá. Somente a Refinaria Abreu e Lima tem um orçamento de US$ 15 bilhões (cerca de R$ 23,4 bilhões).
Para se ter uma ideia do que esses investimentos significam, o Produto Interno Bruto (PIB) da indústria de Pernambuco era de R$ 25 bilhões em 2005, quantia que atualizada corresponde a R$ 40 bilhões. "É como se ocorresse a implantação de um outro parque industrial no Estado", comentou a sócia-diretora da Ceplan, Tânia Bacelar, ex-secretária da Fazenda estadual.
O setor industrial vai receber 75,3% de todos os investimentos previstos. Dos investimentos nacionais, 90,5% estão concentrados no território estratégico de Suape, que inclui Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Jaboatão. No interior, se destacaram a Ferrovia Transnordestina e transposição de águas do Rio São Francisco, que contribuíram para Salgueiro ser a terceira cidade onde mais surgiram empregos com carteira assinada no ano passado, perdendo apenas para Recife e Ipojuca.
Os economistas também acreditam que o crescimento do PIB de Pernambuco deve ser mais moderado em 2011, quando comparado com o ano passado, que foi de 9,3%.
O levantamento também apontou desafios para que as empresas locais tirem proveito do futuro crescimento. "Uma parte dos empreendimentos são estranhos ao nosso setor produtivo, como produção de petróleo e gás, estaleiros, fármacos. Os empresários locais terão que descobrir esses setores, tirar as certificações necessárias", resumiu Tânia. Os economistas argumentaram que esses setores têm um nível de exigência que muitas empresas locais não estão acostumadas.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)
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