Representante da Vale descarta possibilidade de o Estado ganhar uma laminadora de aço pelos próximos dez anos
O sonho do Ceará de contar com um polo metalmecânico, a partir da construção da Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), não se tornará realidade, pelo menos, nesta década. O consórcio responsável pelo empreendimento, formado pela brasileira Companhia Vale do Rio Doce e pelas empresas coreanas Posco e Dongkuk, não prevê a implantação de uma laminadora de placas de aço no Estado, nos próximos dez anos.
"Não há laminador previsto no projeto executivo do empreendimento para os próximos anos, no Ceará", respondeu o vice-presidente da CSP e coordenador de Projetos Siderúrgicos da Vale, Marcos Chiorboli. Ele não descartou a possibilidade de desenvolvimento de um projeto de laminação no futuro, mas disse que "tudo irá depender do mercado e do ritmo de crescimento econômico do País, nos próximos anos".
Em visita ontem, a Fortaleza, o executivo anunciou para junho próximo, o início das obras de terraplenagem do terreno de 980 hectares da usina, em São Gonçalo do Amarante. Segundo ele, a nova fase da obra será iniciada tão logo sejam concluídas as atividades de supressão vegetal de 570 hectares, já em curso na área.
Conforme disse, até o momento, foram investidos cerca de US$ 50 milhões, de um total de US$ 4,5 bilhões previstos para serem aplicados no negócio.
Nova composição
Em entrevista coletiva à imprensa cearense, no fim da tarde, Chiorboli procurou retificar informações divulgadas na mídia coreana, de que a Vale estaria reduzindo a participação na CSP. Conforme explicou, em junho próximo, os atuais acionistas, Vale, com 51% e Dongkuk, com 49%, estarão assinando um novo contrato para inclusão da Posco como sócia da CSP.
Pelo novo contrato de participação societária, a Vale ficará com 50% das ações, a Dongkuk com 30% e a Posco, 20%. A Posco Engeneiring and Constructions será a responsável pela construção da siderúrgica, que prevê a produção de três milhões de toneladas de placas de aço, na primeira fase do empreendimento, cujas obras civis deverão ser iniciadas em fevereiro de 2012 e concluídas em dezembro de 2014.
Investimentos garantidos
Chiorboli garantiu também que os investimentos da Companhia no empreendimento estão assegurados na gestão do novo presidente, Murilo Ferreira, cuja posse está prevista para o dia 20 próximo. "No que diz respeito à área de siderurgia, as instruções que tenho em relação à CSP é para seguir em frente, com os investimentos", declarou.
Para ele, "o maior desafio da CSP será a capacitação da mão de obra", tendo em vista que o empreendimento irá absorver 18 mil operários, no pico da obra. Para tanto, a CSP está negociando com o governo do Estado e com entidades como o Senac e Senai, por exemplos.
Quanto às obras de infraestrutura, ele falou que "este não é um problema dos empreendedores", mas que está tranquilo com os compromissos assumidos pelo governo do Estado, para tal e que o cronograma das obras está em dia. Ele também confirmou notícia antecipada pelo Diário do Nordeste, na edição do último dia 7, de que a licença de instalação (LI) para o início das obras sai em junho.
Fonte:Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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