A laminadora da Aço Cearense não deve precisar de insumos da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP). O grupo estrangeiro com que a empresa deve compor sociedade fornecerá matéria-prima, além de entrar com participação financeira. Na mira, estão um europeu, um asiático e um norte-americano. O Estado, por meio da Agência de Desenvolvimento do Ceará (Adece), também pode ser sócio do empreendimento, segundo o vice-presidente da Aço Cearense, Ian Corrêa.
Ian afirma que a composição acionária da laminadora, a se instalar no Pecém, deve ser definida no segundo semestre, a partir de quando será estabelecido o cronograma de implantação. Ele explica, ainda, que apesar do parceiro ser também fornecedor de insumos, a empresa não descarta ter parte da produção da CSP – apesar de a Siderúrgica afirmar já ter toda sua futura produção vendida no mercado externo. “Esse sócio entraria com dinheiro e insumo, mas estamos estudando todas as possibilidades”.
Sobre a participação do Estado na parceria, Ian diz que as negociações estão em andamento e que essa foi uma proposição do próprio Governo. “Isso ainda está em negociação. Essa sociedade não é só com a gente, eles costumam fazer isso. Nós apenas colocamos o protocolo de intenções, mas ainda não houve reunião”, explica. A Adece e o Conselho de Desenvolvimento Econômico do Ceará (Cede) não confirmam que haja protocolo de intenções, mas dizem que é uma possibilidade a participação societária na laminadora.
Segundo Alexandre Pereira, secretário do Cede, a laminadora estará na pauta da visita que o governador Cid Gomes fará à Coreia do Sul. “Temos várias empresas a visitar. Isso está na nossa agenda”, afirma. Conforme anunciado pelo governador no último dia 11, uma comitiva do Ceará irá à Coreia, onde tratarão da instalação da Refinaria Premium II (da Petrobras), da fábrica de elevadores da Hyundai, um estaleiro e uma laminadora no Estado.
Segundo Smith, o Estado também poderia participar do empreendimento por meio da doação de um terreno em Caucaia, próximo ao Complexo do Pecém. “É um terreno que era da Codece, foi passado para o Estado, que cederia à empresa. Por outro lado, esse terreno tem uma ação judicial porque foi cedido à outra empresa, que iria construir uma fábrica”. Ele explica que a expectativa é que o terreno seja passado para a Adece, que poderia cedê-lo a Aço Cearense. “Mas não tem nada definido”, ressalta.
Projeto
A laminadora da Aço Cearense está orçada em cerca de US$ 1,2 bilhão.
O objetivo da indústria é fornecer matéria-prima para as demais indústrias do grupo, substituindo as importações. O foco é o mercado interno.
Ao ser anunciado, o projeto contava com a possibilidade de ter parte da produção da CSP para laminar.
Fonte: O Povo (CE)/KLÉBER A. GONÇALVES
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