A fabricante de máquinas e equipamentos WEG teve lucro de R$ 742,2 milhões no quarto trimestre de 2020, o que representa uma alta de 48,5% ante o mesmo período do ano anterior.
A receita da companhia cresceu 29,5%, para R$ 4,88 bilhões. O resultado foi influenciado por fatores como a melhora do mercado interno, cuja receita aumentou 36,8% no período, e a valorização do dólar frente ao real, que compensou uma queda na receita em dólar no mercado externo.
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Segundo a administração da WEG, o quarto trimestre foi marcado pela continuidade na melhora da atividade econômica no Brasil, que ajudou na manutenção dos níveis de demanda.
No mercado externo, que corresponde à maior parte do faturamento da companhia, a receita medida em dólares caiu 5,5% na comparação anual, devido a uma maior volatilidade na demanda por equipamentos de ciclo longo, que costumam ser destinados a grandes projetos industriais e de infraestrutura e significam margens maiores para as fabricantes. A valorização de 31% no dólar, no entanto, garantiu o crescimento de 23,7% da receita em reais.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da WEG teve aumento de 47%, para R$ 981 milhões.
Melhora de margem
Iniciativas para controle de custo e a normalização da atividade operacional no Brasil da WEG impulsionaram o aumento da margem bruta da fabricante de máquinas e equipamentos.
O indicador, que mede o resultado bruto sobre as vendas, passou de 30,3% no quarto trimestre de 2019 para 32,6% no mesmo período de 2020, com a receita crescendo em ritmo maior que os custos.
“Os ajustes operacionais implementados desde o início da pandemia, os esforços de redução de custos e melhorias de processos que proporcionaram ganhos de produtividade, em especial em nossas operações no exterior, foram fatores decisivos para esse desempenho, apesar da variação cambial do período”, diz a administração da WEG no relatório divulgado hoje.
O resultado foi obtido mesmo em meio ao aumento do preço de materiais utilizados na produção. Na comparação anual, o preço do cobre em dólares avançou 21,8%, enquanto o aço teve aumento de 10,6%.
Ciclos longo e curto
As entregas de equipamentos de ciclo longo beneficiaram os resultados da WEG no Brasil no quarto trimestre.
No período, a companhia entregou produtos como painéis de automação e motores de média tensão, além de projetos para segmentos como papel e celulose, mineração e óleo e gás, diz a administração da WEG no relatório.
Em relação aos produtos de ciclo curto — de menor porte e fabricados em série —, a WEG diz que a demanda continuou aquecida, com destaque para produtos seriados de automação e motores de baixa tensão, em parte associados com a alta demanda nos setores de construção civil e agroindústria.
No mercado externo, a retomada na demanda por equipamentos de ciclo curto segue “ainda que de forma mais lenta e abaixo do volume de negócios apresentados no mesmo período do ano passado”, diz a WEG.
Para equipamentos de ciclo longo, o cenário parece mais desafiador. Segundo a companhia, a volatilidade na entrada de pedidos vista nos meses anteriores fez com que o ritmo de crescimento fosse reduzido. O processo já era esperado, conforme a administração da WEG, considerando que a pandemia da covid-19 afetou projetos importantes em setores como de óleo e gás.
Investimentos
A WEG prevê investir neste ano R$ 1,01 bilhão. A maior parcela, cerca de R$ 987 milhões, deve ter como destino ativos imobilizados.
O número, diz a WEG, é “relativamente superior aos praticados em 2020”, considerando que a companhia precisa continuar investindo para suportar o nível de crescimento da receita apresentado nos últimos anos, além de tirar do papel investimentos que foram postergados em 2020 devido à pandemia da covid-19.
No ano passado, os investimentos da WEG em ativos fixos para expansão e modernização da capacidade produtiva somaram R$ 538,2 milhões, divididos igualmente entre os ativos no Brasil e os ativos no exterior. Em pesquisa, desenvolvimento e inovação foram gastos R$ 469 milhões.
Fonte: Valor