Brasília (AE) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu ficar de fora das discussões sobre o preço dos barris de petróleo que serão repassados pela União para a Petrobras, na primeira etapa do processo de capitalização da estatal. Lula confidenciou a auxiliares que quer ver toda a etapa “técnica” concluída para então tomar uma “decisão política” sobre o aumento de capital da Petrobras. “Eu não estou aqui para tomar uma decisão técnica. Eu fui eleito para tomar decisão política”, disse Lula ontem a auxiliares, após almoço, no Itamaraty, com o presidente de Guiné-Bissau, Malan Bacai Sanhá. “Quando os técnicos se colocarem de acordo, eu vou tomar uma decisão política. Eu não vou me manifestar tecnicamente”, acrescentou.
A primeira etapa das discussões técnicas foi vencida ainda na noite de terça-feira, quando representantes dos ministérios de Minas e Energia e Fazenda chegaram a um consenso sobre o valor que deve ser fixado para os 5 bilhões de barris que serão repassados à Petrobras.
Desde a semana passada, os técnicos tentavam encontrar uma forma de harmonizar os preços sugeridos pelas certificadoras internacionais, contratadas pela ANP (entre US$ 10 e US$ 12 o barril) e pela Petrobras (entre US$ 5 e US$ 6 o barril), sobre o valor dos barris. Por causa de diferenças de metodologia, os pareceres entregues ao governo vieram com valores muito distintos para as reservas petrolíferas que serão repassadas para a Petrobras.
O problema é que, até chegar às mãos do presidente, os ministros Guido Mantega (Fazenda), Márcio Zimmermann (Minas e Energia), Erenice Guerra (Casa Civil), e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, e o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo Lima, precisam concordar com a análise feita pelos técnicos.
A ministra da Casa Civil fez duas reuniões no Palácio do Planalto para tentar fechar uma posição e repassá-la ao presidente Lula. No início do dia, a ANP fez uma apresentação sobre sua avaliação. No meio da tarde foi a vez de a estatal apresentar seu parecer.
Próximos passos
Segundo uma fonte do governo, se os participantes das reuniões concordarem com o preço sugerido pelos técnicos, a ANP terá de emitir um laudo detalhando o valor do barril e a estimativa de volume das reservas de Franco para então ser convocada uma reunião extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para aprovar o contrato que formalizará a cessão onerosa dos barris de petróleo.
Os técnicos do governo já conseguiram chegar a um consenso sobre o valor que será fixado para os barris de petróleo que a
União irá repassar para a Petrobras, na primeira etapa do processo de capitalização da estatal.
Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal
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