SÃO PAULO - A Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação, feita pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), apontou pequena elevação da expectativa de aumento do Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) nos próximos 12 meses. De acordo com o estudo, 58% dos empresários da indústria de transformação entrevistados em dezembro apontaram que este indicador vai aumentar no horizonte de um ano. Essa porcentagem é pouco superior aos 55% que esperavam melhora em pesquisa feita em setembro. Por outro lado, o porcentual daqueles que acreditam que o índice vai diminuir passou de 7% em setembro para 9% em dezembro.
A sondagem também mostrou que a expectativa de expansão para os próximos seis meses da capacidade produtiva das indústrias atingiu 41% para o primeiro semestre de 2012, marca inferior aos 51% verificados no período relativo ao primeiro semestre de 2011. Além disso, os empresários que avaliam que este indicador vai cair passou de 3% nos primeiros seis meses deste ano, para 7% no mesmo período de 2012. "Apesar de leve expansão da perspectiva de melhora para o NUCI, os empresários ponderam que sua capacidade total de produção vai diminuir. Isso está relacionado ao ambiente de incertezas sobre o desempenho da economia nacional, influenciado diretamente pela crise mundial", comentou Jorge Braga, coordenador técnico da sondagem industrial.
Em função desse quadro, que envolve os empresários de muitas incertezas, Braga avalia que o Índice de Confiança da Indústria (ICI), apurado pela FGV, dificilmente retomará a média histórica em 2012. De janeiro de 2003 a dezembro de 2011, a média do indicador foi de 103,9 pontos. "Desde julho desse ano, ICI registrou uma queda forte de 4,9%, motivada basicamente pela piora da expectativa dos empresários à partir da deterioração da economia global", afirmou. Em julho, o ICI atingiu 105,0 pontos e alcançou 101,8 pontos em dezembro.
"O índice de Confiança poderá retomar a média histórica no segundo semestre somente se o governo adotar novas medidas para estimular a demanda agregada, além daquelas ações já tomadas para alguns setores, como para produtos de linha branca", projetou. Na avaliação de Braga, esse cenário, que está sendo avaliado como desfavorável pelos empresários, indica que há uma tendência negativa para a ampliação da Formação Bruta de Capital Fixo e geração de empregos no primeiro semestre de 2012. "A perspectiva é de queda dos investimentos e de postos de trabalho nos próximos seis meses, tirando fatores sazonais", concluiu o coordenador.
Fonte:Agência Estado/Ricardo Leopoldo
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