No Paraná, a Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) prevê R$ 900 milhões na atual safra (alta de 20%) em estruturas, para 1 milhão de toneladas, ante média de 500 mil a 600 mil toneladas por ano
O investimento em armazenagem vai crescer na safra 2021/22. O setor produtivo está animado com os altos preços dos grãos e com o crédito 84% maior para construção de silos dentro do programa federal PCA. São R$ 4,12 bilhões. Só a Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) pretende acessar 30% do bolo, ou R$ 1,236 bilhão, quase o triplo dos R$ 446 milhões do ciclo passado.
PUBLICIDADE
Wellington Andrade, diretor executivo da entidade, estima que, com o PCA e mais R$ 800 milhões solicitados ao Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO) a capacidade de estocagem do Estado aumentará em 2 milhões de toneladas, para 40 milhões. No Paraná, a Organização das Cooperativas do Estado (Ocepar) prevê R$ 900 milhões na atual safra (alta de 20%) em estruturas, para 1 milhão de toneladas, ante média de 500 mil a 600 mil toneladas por ano, diz Flávio Turra, gerente de Desenvolvimento Técnico da Ocepar.
Cautela
Turra pondera que a concretização dos projetos dependerá do acesso aos recursos do PCA. No BNDES, um dos bancos que operam a linha, o dinheiro praticamente se esgotou. Hoje, as cooperativas paranaenses podem estocar ao redor de 16 milhões de toneladas, ou 54% de toda a capacidade do Estado. “A maior parte dos investimentos será feita por cooperativas com agroindústria, que precisam armazenar grãos para alimentação animal o ano todo.”
De Sinop...
A capacidade adicional de silos e armazéns em Mato Grosso pode ser maior caso o Banco do Brasil e a Caixa estruturem linhas específicas para a campanha Armazém para Todos, da Aprosoja, a pedido da entidade. Espera-se um retorno entre 30 e 60 dias, conta Andrade. Ele acredita que, mesmo com taxas de juros mais altas que as do PCA, a menor burocracia pode atrair produtores interessados em silo na fazenda.
...ao Chuí
No Rio Grande do Sul, muitas cooperativas de grãos também vão aumentar os aportes em silos e armazéns, conta Paulo Pires, presidente da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado (FecoAgro-RS). “Há entusiasmo para investir após uma safra com preços bons em 2020/21”, afirma. A Fecoagro está levantando dados com suas associadas para mensurar o incremento na capacidade estática do Estado.
Sem tempo ruim
O mercado de silos-bolsas – equipamento portátil para guardar grãos – também cresce, ainda que limitado pela menor produção de milho de segunda safra. A argentina Ipesa, líder do segmento no Brasil, espera vender por aqui de 60 mil a 65 mil unidades no ciclo 2020/21, que está sendo colhido, 20% mais do que no anterior. “A expectativa inicial era crescer 30%, mas a quebra da safrinha afetou as vendas”, explica Demian Baum, diretor da Ipesa no Brasil. Empresas do segmento devem comercializar 135 mil silos-bolsas até o fim da colheita, 10% a 20% acima da safra passada.
Fonte: Estadão