Estado libera obra após CSA apresentar projeto que só cessa emissão de pó em 12 meses
Rio - A obra de ampliação da Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), em Santa Cruz — embargada pela Secretaria Estadual do Ambiente após ser detectado que o poço de emergência emitia resíduos de fuligem — está de novo em andamento. A autorização foi dada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) depois que a empresa apresentou projeto de exaustor para eliminar a emissão do pó. Mas a solução completa do problema ainda vai demorar: vizinhos e trabalhadores ainda vão conviver com a fuligem por um ano.
Segundo a presidente do Inea, Marilene Ramos, já foi iniciada a diminuição gradativa da emissão da poeira. “O investimento é muito grande, não resolve na mesma hora. Só acaba de forma definitiva com a emissão em 12 meses”, explicou. O pó prata cobriu casas, carros e incomodou muito os moradores, que se queixaram de problemas de alergia. A siderúrgica afirma que tomou várias medidas para sanar o problema.
A CSA já foi multada duas vezes — R$ 1,2 milhão em agosto de 2010 e R$ 2,4 milhões em janeiro deste ano — e foi obrigada a investir R$ 14 milhões em obras de saúde e infraestrutura da região. A empresa construirá um Centro de Tratamento da Diabetes e Hipertensão e uma Clínica da Família, em Santa Cruz.
ESCOLA VERDE
No bairro, a CSA investiu também na primeira escola 100% sustentável do Brasil: o Colégio Estadual Erich Walter Heine. A unidade de ensino técnico de Administração tem teto ecológico, que armazena água da chuva e permite seu reaproveitamento, e sensores de presença que desligam automaticamente o ar-condicionado e a energia após 20 minutos com a sala vazia. Toda a estrutura custou R$ 11 milhões. Outra solução ecologicamente correta é a claraboia do corredor, que permite iluminação natural até as 18h.
Lousa digital e hábitos novos
Alvo dos ambientalistas devido aos problemas com o poço de emergência, a empresa caprichou na escola verde e equipada com tecnologia de ponta.
“Nunca pensei que ia estudar em um colégio assim. Tenho até lousa digital na sala”, comemora Michel Douglas Tourinho, 15 anos. O colega Uenes Santos, 15, revelou que estudar lá está mudando seus hábitos: “Não jogo mais lixo no chão e faço sempre a separação dos materiais. Não posso ver uma luz ligada em um cômodo vazio que reclamo”.
Nos planos da diretora da escola, Terezinha Lauermann, está aposentar cadernos, que serão substituídos por computadores. “Vamos ter aqui também uma central de reciclagem de lixo”, revelou William Andrade, diretor de relações governamentais da empresa.
A escola verde atende 200 alunos do 1º ano do Ensino Médio e abrirá 200 vagas no ano que vem. A primeira seleção atraiu 1.800 candidatos.
Fonte: O Dia Online/FERNANDA ALVES
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