A diversificação na forma de investir em infraestrutura tem sido benéfica ao mercado de equipamento. A menor participação do setor público, que respondia por 60% dos recursos na área no início da década passada, o crescimento do capital privado e a democratização dos investimentos via bolsa de valores têm trazido mais segurança e estabilidade para a área de infraestrutura. E, consequentemente, têm contribuído para o crescimento do setor de máquinas.
A opinião é de Afonso Mamede, presidente da Associação Brasileira de Tecnologia para Construção e Mineração (Sobratema), em palestra durante a abertura da M&T Expo 2022 – 11ª Feira Internacional de Equipamentos para Construção e Mineração, realizada nesta terça-feira (30).
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Segundo Mamede, atualmente, o capital privado encontra-se em rodovias, saneamento, agronegócio, mineração, ferrovias, portos, aeroportos, imobiliário. “Isso é importante para dar estabilidade ao boom que vivemos no setor de máquinas e equipamentos”, pontuou. De acordo com dados da Secretaria de Política Econômica, até maio deste ano, as debêntures incentivadas somavam R$ 3,7 bilhões.
Em seu pronunciamento, o presidente da Sobratema ainda ressaltou que o setor está passando também por uma democratização dos investimentos. “Muitas empresas do nosso segmento passaram a captar recursos via Bolsa de Valores, com destaque para a área do rental, o que demonstra o alto grau de amadurecimento e profissionalismo do mercado, pois são recursos de investidores privados que confiam e apostam no retorno futuro das empresas que operam nos setores da construção, mineração, agronegócio, logística, entre outros”.
Mamede ainda relembrou dados divulgados recentemente no Webinar Sobratema, que apontaram vendas de 17 mil máquinas de linha amarela (movimentação de terra) comercializadas no primeiro semestre deste ano. A perspectiva do Estudo Sobratema do Mercado Brasileiro de Equipamentos para Construção é de alcançar 35 mil unidades vendidas, superando o recorde de 2013, quando foram vendidas 33 mil máquinas.
Outros pontos salientados por ele foram a importância da digitalização do setor para criar novas oportunidades de negócios e a adoção dos critérios ESG para as empresas se manterem competitivas em um mercado cada vez mais exigente quanto a atuação responsável e transparente das companhias.