As principais bolsas europeias se firmaram em alta nesta terça-feira e os índices acionários de Nova York abriram a sessão em campo positivo. O petróleo, que enfrentava mais uma sessão de queda mais cedo, também virou e agora opera em alta moderada. Em São Paulo, o Ibovespa acompanha o movimento dos pares globais e tinha alta de 1,29% no mesmo horário, a 115.956 pontos.
No contraponto dos ativos considerados mais seguros, o ouro saiu da estabilidade e passou a operar em queda, assim como os preços dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos. O movimento desse mercados aponta para um ajuste de posição dos investidores depois das vendas de segunda-feira.
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Na Europa, o índice continental Stoxx Europe 600, que oscilou em torno da estabilidade mais cedo, firmou-se em terreno positivo e, por volta das 12h30, subia 0,67%, a 416,85 pontos. No mesmo horário, o DAX, da Bolsa de Frankfurt, avançava 0,66%, enquanto o FTSE 100, da Bolsa de Londres, ganhava 0,76%, e o CAC 40, da Bolsa de Paris, subia 0,81%. Destaque para a Bolsa de Milão, que passou a subir 2,13%.
O Dow Jones sobe 0,74%, a 28.745,67 pontos, enquanto o S&P 500 avança 1%%, a 3.275,93 pontos, e o Nasdaq ganha 1,19%, a 9.248,45 pontos, recuperando parcialmente as quedas da véspera.
Os onze índices setoriais do S&P 500 estão em alta, com os ganhos sendo liderados, até o momento, pelas ações de tecnologia, que sobem 1,29%.
O desempenho é registrado depois de uma manhã mais cautelosa, na qual a demanda por ativos de segurança elevou os preços dos Treasuries de longo prazo e, consequentemente, reduziu os rendimentos dos títulos americanos de dez anos para um nível muito próximo aos juros dos Treasuries de três meses, um movimento que costuma sinalizar alta possibilidade de recessão num futuro próximo e que não acontecia desde outubro do ano passado.
Depois, com os investidores dispostos a ajustar as posições depois da forte queda de ontem, os rendimentos dos Treasuries de dez anos inverteram a direção e agora sobem para 1,644%, de 1,605% de segunda, distanciando-se dos yields dos Treasuries de três meses, que se mantêm estáveis em 1,567%.
“A incerteza relacionada ao coronavírus que assolou os mercados globais nos últimos dias começou a diminuir nesta terça-feira", disse em nota a clientes Marios Hadjikyriacos, analista de investimentos da XM.
"É certo que essa recuperação de sentimento parece frágil, na melhor das hipóteses, considerando que as ações americanas caíram quase 1,6% ontem e que o iene ainda está substancialmente mais alto nesta semana", acrescentou.
Bancos e analistas também alertam para os impactos na economia chinesa e seus reflexos pelo mundo como consequência do surto. Cálculos dos Danske Bank sugerem uma redução de 1 ponto percentual do crescimento do PIB no primeiro semestre. Já o Julius Baer prevê uma queda de até 15% no mercado de ações chinês.
Em meio aos temores sobre o surto do coronavírus, a temporada de balanços trimestrais foi relegada ao segundo plano nos últimos dias. Hoje, a Pfizer reportou um prejuízo de US$ 337 milhões no quarto trimestre. A ação da companhia recua 2,02% nas operações pré-mercado.
A Apple e a Microsoft reportam os seus resultados trimestrais ainda hoje, após o fechamento dos mercados financeiros em Nova York.
Fonte: Estadão