Com quatro áreas de negócios, a Mills é uma empresa difícil de ser enquadrada em um setor específico de atuação, mas que tem conseguido ganhar espaço justamente pela diversificação. Com operações nas áreas logística, de construção e bens de capital, a empresa carioca, considerada uma prestadora de serviços de engenharia, anunciou investimentos da ordem de R$ 300 milhões em 2013 e pretende manter esse ritmo de aporte ao longo dos próximos três anos.
A ideia neste momento é expandir a atuação. Hoje, a empresa tem 45 unidades em 14 Estados e a estratégia está focada no crescimento para as regiões Nordeste, Centro-Oeste e Norte, com a abertura de ao menos sete filiais neste ano - duas voltadas à divisão Jahu (projetos, planejamento e supervisão técnica de construções) e ao menos cinco ao segmento Rental (locação, venda, assistência técnica e treinamento em equipamentos de elevação).
Essa segunda área, por sua vez, tem ganho cada vez mais relevância dentro do grupo. Em 2012, a divisão Rental caminha para a primeira posição em receita dentro da Mills e a perspectiva para esse mercado é promissora.
"Temos feito investimentos bastante expressivos na Rental, porque é uma unidade de negócios recente, iniciada em 2008, e tem um potencial de crescimento bastante forte", afirmou o presidente da Mills, Ramon Vazquez, em entrevista ao Valor.
O executivo disse que o mercado de locação de equipamentos de elevação só vai poder atingir a maturidade no Brasil em 2025, o que deixa um espaço considerado promissor para a atuação da empresa.
Do total de investimentos previstos para este ano, a maior fatia - 42%, ou R$ 124 milhões - será dirigida à divisão Rental e 38% (R$ 112 milhões), para o segmento Jahu. O restante será dividido entre as áreas de construção (projetos de infraestrutura complexos e de grande porte, planejamento e supervisão técnica) e serviços industriais (manutenção de grandes usinas industriais), segmento responsável pela maior receita em 2010 e em 2011, mas que perdeu fôlego no ano passado.
A Mills iniciou as atividades em 1952, fornecendo andaimes e escoramento ao setor de construção civil. Em 2010, sua oferta pública inicial de ações movimentou R$ 685 milhões e, desde então, o valor de mercado da companhia quadruplicou, já superando R$ 4 bilhões.
Entre 2010 e 2012, os investimos da empresa devem ultrapassar R$ 1 bilhão, com uma receita também caminhando nessa direção, após o recorde de R$ 677,6 milhões de 2011.
Com a divulgação dos resultados do quarto trimestre e do ano passado prevista para o dia 4 de março, Vazquez diz que 2012 foi muito bom e que um dos reflexos do desempenho foi a valorização de 93,5% das ações. Neste ano, contudo, em meio à baixa de 4,2% do Ibovespa, as ações da Mills acumulam leve queda de 0,71%.
Segundo o presidente, a perspectiva para 2013 é de um ano mais forte, diante das obras na área de infraestrutura - portos, aeroportos, hidrovias, ferrovias e hidrelétricas - em andamento ou se iniciando. "De 2007 a 2011, tivemos um crescimento médio anual de 37% e acreditamos que teremos um crescimento grande nos próximos anos", afirmou.
Dentre os grandes projetos, a Mills atua nos três aeroportos com concessões recentemente passadas à iniciativa privada - Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília -, em hidrelétricas como Teles Pires e Belo monte, na duplicação da Estrada de Ferro Carajás e em linhas de metrô do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Com clientes do porte da Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Braskem e Petrobras, a Mills cita como vantagem o fato de nenhum deles representar mais de 5% de sua carteira. "Isso faz com que o faturamento seja muito pulverizado, sem risco de ter uma grande exposição", disse Vazquez.
Fonte: Valor / Beatriz Cutait
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