Oito investidores lusitanos estão em missão, até a próxima semana no Ceará, visitando empresas
A formação de joint-ventures com empresas locais para produzir e comercializar made in Ceará para União Europeia, Estados Unidos e países do continente africano é objetivo principal dos oito investidores portugueses que estão em missão até a próxima semana no Ceará. Sem volume de investimentos definido, cada um visitará em média dez empresas de diferentes setores no Estado, visando identificar parceiros para iniciar negócios em pelo menos dois meses.
Capitaneados pela Fiec, em parceria com a Associação Comercial do Distrito de Aveiro (Aida), de Portugal - entidade com a qual a Federação firmou o primeiro contrato em 2006 - e com o apoio da Câmara Brasil-Portugal no Ceará e da Associação das Empresas Metalúrgicas e Electromecânicas de Portugal, os empresários deram ontem o ponta-pé inicial ao extenso roteiro de trabalhos no Estado.
Segundo Elisabete Rita, diretora geral da Aida, que lidera a comitiva de empresários lusitanos, não há limite para os valores a serem investidos no Ceará. "Nossos empresários estão abertos, mas é cedo para falar em números, pois agora é que começam as visitas. Devemos anunciar o volume de investimentos em um ou dois meses", estima.
Fabricantes de acessórios de banho, ferragens, fechaduras, reboques para caminhões, equipamentos hospitalares, mobiliário, tubos e chaminés, eletrodomésticos, tubulações para esgotos e aço inox com interesses em diversos setores, inclusive na agropecuária, cumprirão agendas exclusivas e diferenciadas de visitas a indústrias do Estado. Eles também participarão da abertura da Feira Internacional de Negócios amanhã, no Sebrae-CE, e de visita oficial ao Porto do Pecém, na próxima sexta-feira. No fim da missão empresarial está prevista uma nova reunião na sede da Fiec para avaliar o resultado das visitas.
A seleção dos investidores portugueses, para participarem da missão ao Ceará considerou suas respectivas áreas de atuação. "A partir do convênio, que já tínhamos com a Fiec, foi desenvolvido um estudo para identificar as possibilidades de investimentos e negócios entre Portugal e Ceará. Foi então que selecionamos empresas que realmente tem oportunidades de concretizar parcerias aqui. A ideia é que este ano os cearenses também vão à Portugal. Para esse apoio bilateral contamos com a Fiec e a Câmara", destaca Elisabete.
Perspectivas
"Estamos abertos para fazer negócios. A coisa não está boa em Portugal. Aqui temos a facilidade linguística, além de uma relação histórica e de laços familiares. As perspectiva são muito boas", diz Manuel Portelinha, da Hant de Gamme, fabricante de móveis de madeira, que possui filiais em Dubai, França, Itália e Angola. A empresa fatura de 28,6 milhões de euros ao ano e gera 282 empregos diretos na matriz, em Portugal, e cerca 600 indiretos nos outros países.
Também otimista, o empresário lusitano José Agostinho da Silva, da Basben semirreboques, cumprirá agenda com oito empresas do setor no Ceará. "Temos interesse em empresas de construção civil e também em fornecedores de aço", antecipa. Makro Engenharia, SS&B Construções e CMM Engenharia e Aço Cearense fazem parte da lista de visitas do empresário.
ÂNGELA CAVALCANTE
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