A MMX, empresa de mineração do empresário Eike Batista, continua na busca por sócios para os seus ativos de mineração, em Minas Gerais, e, nesse movimento, avalia várias possibilidades. O Valor apurou que surgiram diversos interessados na compra da empresa. Mas o negócio ainda esbarra em algumas dificuldades. Não há prazo para o fechamento da operação bem como o desenho da transação permanece indefinido.
A venda dos ativos minerais de Batista no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais pode incluir só a MMX Sudeste, subsidiária que detém as minas, ou a própria companhia aberta em bolsa, a MMX S.A.
Há algumas hipóteses sobre a mesa. Uma delas inclui acordos de compra e venda com mineradores independentes de Minas Gerais. E outra com companhias internacionais do setor. Entre as mineradoras independentes, têm sido apontadas como candidatas a uma possível parceria com a MMX a Minerita, que já negou a informação, e a Companhia de Mineração Serra Azul (Comisa), com quem a reportagem não conseguiu contato. No leque de possibilidades, surgem ainda investidores como fundos de private equity. Procurada, a MMX disse que não comenta rumores de mercado.
Batista busca o melhor desenho possível, capaz de garantir sinergias operacionais e financeiras. No fundo, a escolha vai recair sobre a proposta que garantir melhor preço e sinergia operacional para a companhia. Hoje Batista controla a MMX com 59,3% do capital. Os minoritários têm 21,4% das ações. A chinesa Wisco tem 10,5% e a coreana SK Networks, 8,8%. Wisco e SK têm contratos de longo prazo de compra de minério de ferro.
Mas a venda da MMX não é simples em função de problemas que ainda existem na empresa, como a discussão sobre a aplicação de uma possível multa por parte da MRS Logística em função de contratos firmes de transporte de minério de ferro não cumpridos pela mineradora. Outra questão é um auto de infração aplicado pela Receita Federal sobre a empresa, referente ao imposto de renda, que a companhia não reconhece.
A intenção original de Batista era vender a MMX como um todo depois que o grupo do empresário mergulhou em dificuldades a partir dos problemas enfrentados pela petroleira, a OGX, que ingressou com pedido de recuperação na Justiça do Rio no fim de outubro.
Mas a estratégia não deu certo. Os investidores voltaram-se para o principal ativo da companhia, o Porto Sudeste, um terminal marítimo para embarque de minério de ferro em Itaguaí (RJ), que foi comprado por um consórcio formado pela trading Trafigura e pelo Mubadala, de Abu Dhabi. Na nova estrutura, Mubadala e Trafigura ficam com 65% do porto. E MMX permanece com 35%.
A decisão de vender só o porto levou ao fatiamento dos ativos. Primeiro, vendeu o terminal portuário, previsto para entrar em operação no terceiro trimestre de 2014, com atraso de cerca de dois anos em relação ao plano original. Depois, a companhia colocou à venda os ativos minerais de Corumbá (MS) e, em outubro, anunciou que tinha contratado Credit Suisse e XP Investimentos para ajudá-la na venda dos ativos em Minas Gerais. No limite, existe a possibilidade de que esse fatiamento chegue, inclusive, ao terminal rodo-ferroviário da empresa próximo às minas de Minas Gerais, que também poderia ser vendido separadamente.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes e Alessandra Saraiva | Do Rio
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