Em meio à investida crescente das grandes petroleira europeias (BP, Shell, Equinor, Total e Eni) em energias renováveis, outras duas gigantes do setor, a ExxonMobil e a Petrobras, saíram em defesa de suas estratégias de reforçar a presença na indústria de óleo e gás.
O presidente da estatal brasileira, Roberto Castello Branco, destacou que a companhia não se encontra em “condições de perder dinheiro”, depois da crise financeira na qual a empresa mergulhou nos últimos anos. Ele citou que, enquanto os ativos do pré-sal garantem à companhia uma taxa de retorno de 15% a 20%, investimentos em renováveis, como eólicas offshore, rendem abaixo de 10%.
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“Cuidaremos do ambiente focando na descarbonização de nossas atividades, primeiro limpando nossa casa”, afirmou o executivo nesta quarta-feira, durante o evento Commodities Global Summit, do Financial Times. “Se e quando faremos investimentos na área será quando estivermos prontos para ser bem-sucedidos nesse negocio”, completou.
A presidente da ExxonMobil Brasil, Carla Lacerda, disse que, a exemplo da Petrobras, a petroleira americana também não possui competências desenvolvidas em renováveis e aposta na descarbonização por meio de iniciativas dentro da própria indústria de óleo e gás.
“Estamos olhando para as competências que a ExxonMobil tem. Nossa crença fundamental é que, se vamos investir em solar e eólica, não temos o background de engenharia e negócios nesse setor”, afirmou. “Nós queremos endereçar a transição energética e somos parte da solução, mas nossa estratégia é olhar para nossa competência, para engenharia de processos, indústria química, em como encontrarmos formas de fornecer soluções”, complementou.
Dentre os focos estratégicos da Exxon estão tecnologias para aprimorar operações existentes e desenvolver tecnologias alternativas de energia com baixa intensidade de carbono, como pesquisas na área de captura e armazenamento de carbono e tecnologias para tornar as refinarias e petroquímicas menos intensivas em carbono.
Fonte: Valor