BRASÍLIA - Não haverá falta de recursos para o banco mesmo com a previsão de devolução de R$ 100 bilhões ao Tesouro Nacional, afirmou a presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maria Silvia Bastos Marques, que tomou posse nesta quarta-feira em cerimônia no Palácio do Planalto.
Embora não estivesse formalmente no banco, Maria Silvia participou das discussões sobre a devolução. Os R$ 40 bilhões que serão devolvidos de imediato foram definidos como excesso de caixa para este ano em comparação com a previsão de desembolsos e recebimentos. O restante do dinheiro será devolvido dentro dos próximos dois anos e também estão em linha com a expectativa de desembolsos.
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De acordo com Maria Silvia, se o ciclo positivo da economia for retomado, o banco pode, por exemplo, voltar a captar recursos privados. “O banco sempre captou recursos privados, mercado de capitais, debêntures, captações externas. Quando fui diretora do banco há 20 anos, fazíamos captações no exterior”, disse.
A presidente do BNDES disse que é um dever, ao entrar em qualquer instituição, repensar o que está sendo feito, principalmente em momentos de crise profunda com o atual.
Questionada sobre a baixa transparência atribuída ao banco e também se faria uma devassa na instituição, Maria Silvia disse ser uma "pessoa técnica". "Nem sei o que é fazer uma devassa. Eu trabalho com controles e estou formando uma diretoria de controladoria que vai ter compliance e gestão de risco, tudo organizado”, observou.
“Vamos trabalhar com fatos. À medida que os fatos acontecerem, vamos tomar as providências”, disse. “Vamos repensar os ratings, as políticas operacionais, vamos rediscutir renda variável”, disse.
Ainda de acordo com ela, diante da insistência de perguntas sobre empréstimos ao exterior e taxas de juros baixas, embora o BNDES não tenha conseguido se comunicar bem, as informações sobre as operações estão na página eletrônica da instituição.
Fonte: Valor Economico/Eduardo Campos, Bruno Peres, Fábio Pupo e Andrea Jubé