Em meio às expectativas quanto à definição de um marco regulatório para a exploração do petróleo na camada do pré-sal, companhias estrangeiras de grande porte têm buscado aproximação com a Petrobras.
Executivos da norueguesa Statoil, que em junho comprou a plataforma Peregrino, na Bacia de Campos, têm se reunido com representantes da estatal brasileira para avaliarem possibilidade de operar poços do pré-sal. O objetivo é conhecer o modelo que está em estudo e municiar de informações técnicas a Petrobras.
— Temos tecnologia para explorar o pré-sal e uma boa relação com o governo brasileiro, e se houver possibilidade, queremos ampliar as operações no pais — explica Erik Haaland, gerente de Comunicação da Statoil.
Hoje, o Brasil responde por 5% da produção da Statoil, o que corresponde a 15 mil barris/dia. O objetivo dos noruegueses é ampliar "significativamente" esta participação, embora não seja divulgada uma meta. No total, os ativos da empresa no Brasil chegam a US$ 8,4 bilhões. Peregrino é a maior operação internacional da empresa.
A definição do marco regulatório poderá ocorrer ainda neste ano ou no início de 2013, não há prazo anunciado pelo governo. Oficialmente, a própria Statoil declara desconhecer o modelo que a Petrobras está avaliando, assim como a data para definição. Na Noruega, por exemplo, a Statoil, cujo maior acionista é o governo, é dona de 65% da produção.
Preocupa os noruegueses, no entanto, a escassez de mão de obra qualificada no Brasil. O recrutamento de funcionários para Peregrino tem demandado altos custos com treinamento de funcionários de nível médio e superior, diz Haaland, e os investimentos bilionários da Petrobras em novas plataformas nos próximos anos poderá agravar o quadro.
— O custo com empregados tem ficado muito elevado no Brasil — afirma Haaland.
Fonte: Zero Hora / Erik Farina
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