Do Rio - O grupo EBX, de Eike Batista, deu mais um passo na negociação com os chineses para construir uma nova siderúrgica no Brasil. O acordo prevê uma parceria entre a EBX e a Wuhan Iron and Steel (Wisco), na qual os chineses serão os controladores do projeto com 70%. O plano prevê a instalação e operação de uma usina de produção de aço com capacidade mínima de 5 milhões de toneladas de produtos por ano no Super Porto do Açu, no norte fluminense.
Otávio Lazcano, presidente da LLX Logística, empresa responsável pela implantação do porto, disse que o grupo EBX e a Wisco vão tomar de imediato todas as medidas necessárias para formar a "joint venture" e iniciar a construção do empreendimento a partir de 31 de julho de 2010. "A chapa grossa será um dos produtos do portfólio da empresa, mas a definição final (da carteira de produtos) depende da conclusão de estudos", disse Lazcano. Por isso, a LLX evitou falar em valores do investimento, avaliado inicialmente em US$ 5 bilhões.
Além da nova usina, os chineses firmaram contrato de compra de minério de ferro das minas da MMX Sudeste por 20 anos no volume mínimo de metade da produção da unidade de Serra Azul. Também existe a possibilidade de aumentar em 50%, no mínimo, o fornecimento de minério ao chineses a partir das minas de Bom Sucesso. O acordo comercial poderá resultar na exportação de pelo menos 16 milhões de toneladas por ano no sistema MMX Sudeste tão logo ele tenha atingido a capacidade de produção total, de 33,7 milhões em 2013.
"A China é um mercado (para minério de ferro) nove vezes maior que o japonês. É um mercado com o qual você (produtor) quer estar conectado", disse Eike Batista, controlador do EBX, ao comentar os acordos com a Wisco. A expectativa do empresário é de uma recuperação forte do mercado de minério num curto espaço de tempo. Ele previu que os reajustes nos preços da commodity possam ficar entre 10% e 20% no ano que vem.
A opção da Wisco de entrar no capital da holding MMX sinaliza que os chineses têm interesse em projetos de mineração além das minas do Sudeste. "Ela (a Wisco) se interessou por projeto de consolidação que podemos liderar, se interessou pelo projeto do Chile (de minério e logística da MMX), que está direcionado para China", disse Roger Downey, presidente da empresa. (VSD, FG e RR).(Fonte: Valor Econômico)
PUBLICIDADE