Situado na ponta inversa do varejo, que explode com as vendas de produtos massificados e anseia com a chegada do microsseguro, o mercado de seguros de grandes riscos também está em ebulição no Brasil.
No governo, discute-se a possível criação de uma seguradora estatal, que entraria no mercado com o propósito de fortalecer a frágil oferta de coberturas no País para garantir as obras de infraestrutura. A formatação de uma proposta nesse sentido, contudo, não sai este ano, por conta das eleições de outubro.
Enquanto a seguradora oficial está no campo da indefinição, com lideranças do mercado segurador criticando a proposta e manifestando espanto com o pretenso avanço estatal, a iniciativa privada prepara-se para lançar, em breve, duas novas seguradoras na disputa pelo segmento dos grandes riscos, além dos investimentos das seguradoras tradicionais no setor.
A Liberty é o caso mais ilustrativo, com a inauguração no Brasil, há um ano, da divisão de linhas especiais Liberty International Underwriters (LIU), focada na energia (petróleo), riscos de construção, garantia contratual, indústria naval, transportes e responsabilidade civil, entre outros ramos.
EMPRESAS NOVAS. Já entre os dois projetos privados novos, o mais adiantado é o do grupo canadense FairFax, que recebeu mês passado autorização da Susep para operar no mercado brasileiro. A FairFax no Brasil vai brigar por uma fatia dos ramos aeronáutico, marítimo, transporte, energia e petróleo, entre outros. A empresa nasce com capital de R$ 44,3 milhões. Para otimizar a subscrição de riscos, vai operar afinada com o braço ressegurador do grupo, a Odyssey America Re, que, por aqui, será uma resseguradora admitida com escritório em São Paulo, já com aval da Susep.
A outra investida no segmento de grandes riscos é da empresa de investimentos Vinci Partners, criada por ex-sócios do Banco Pactual. A seguradora idealizada pela Vinci ainda está em fase de montagem, mas deve nascer com capital perto de R$ 40 milhões e de olho no segmento corporativo e das grandes obras de infraestrutura.
A motivação para a criação da seguradora é a mesma que impulsiona os empreendimentos de seguros nessa área: o potencial de crescimento, representado pelas obras no campo do pré-sal, energia, Copa do Mundo, Olimpíada, trem-bala, indústria naval, construção civil e pelas concessões rodoviárias.
Entre os especialistas, as apostas são que o segmento de grandes riscos movimentará prêmios perto de R$ 9 bilhões até 2016
Fonte: Jornal do Commercio RJ NOTÍCIAS - Seguros
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