O novo presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, disse que sua gestão terá cinco prioridades: gestão do portfólio, minimização dos custos de capital, busca por redução de custos, meritocracia e segurança do trabalho e meio ambiente.
Durante discurso na cerimônia de posse, o executivo destacou os avanços de governança da empresa ao longo dos últimos anos e agradeceu a contribuição, em especial, dos ex-presidentes Pedro Parente e Ivan Monteiro, que, segundo ele, debelaram a crise na companhia.
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“Como conselheiro, encontrei uma Petrobras que se defrontava com duas crises, uma moral e uma de dívida, tendo a primeira acarretado a segunda”, disse.
Em referências aos casos de corrupção na petroleira, afirmou que a companhia foi saqueada por uma organização criminosa “inimiga do capitalismo”.
“Construiu-se uma sólida governança corporativa. Um ciclo se encerrou. A Petrobras foi salva do rebaixamento para a segunda divisão, mas ainda falta muito para ser campeã”, disse.
Castello Branco agradeceu ao presidente da República, Jair Bolsonaro, pelo convite para presidir a empresa, e elogiou as bases liberais de sua gestão econômica.
“[a eleição de Bolsonaro] É um marco histórico e oportunidade única de colocarmos o Brasil no caminho da prosperidade. Privilégios e monopólios são inadmissíveis em uma sociedade livre. O monopólio acaba provocando intervenções do Estado na economia. A intervenção do Estado restringe liberdade e reduz o crescimento econômico”, afirmou o executivo, que ao cumprimentar os membros da plateia, fez uma referência aos almirantes da Marinha presentes.
“A Petrobras me vez reencontrar a Marinha”, disse.
Parcerias
Castello Branco afirmou que parcerias entre a companhia e outras empresas serão bem-vindas. Ele acrescentou que campos terrestres, em águas rasas, ativos de midstream e downstream (refino e abastecimento) devem ser alvo de análise para possível desinvestimento.
“Tais ativos [campos terrestres, em águas rasas, de midstream e downstream] devem ser objeto de análise para inclusão no programa de gestão de portfólio com vista ao desenvolvimento”, disse o executivo.
Castello Branco disse ainda que a política de preços de combustíveis da empresa deve acompanhar a paridade de preços com o mercado internacional. “Preços de combustíveis devem acompanhar a paridade internacional, com sonoro ‘não’ aos subsídios e ao monopólio”.
Ele também disse ser “imperioso” reduzir o endividamento e alongar o prazo da dívida da companhia, minimizando risco de liquidez e permitindo refinanciamento. “A Petrobras não só é afetada como afeta o risco soberano de crédito do Brasil”, afirmou ele, acrescentando que a melhoria da percepção de risco da companhia pode influenciar positivamente o custo de capital de todo o país.
Ele acrescentou que a companhia vai “ousar”, mas respeitando as leis, pessoas, o meio ambiente e atuando com transparência.
Fonte: Valor