A Organização Mundial do Comércio (OMC) reviu suas projeções e estima agora que as exportações e importações podem ter uma contração entre 13% e 32% neste ano, por causa das disrupções provocadas pela covid-19 na atividade econômica mundial.
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Na semana passada, o Valor tinha antecipado que estimativas preliminares da OMC apresentadas no G-20 apontavam para queda entre 5% e 30% do comércio global, conforme o cenário otimista ou pessimista.
Nesta quarta-feira, a entidade apresentou as últimas projeções, com cifras assustadoras, na avaliação na cena comercial.
"A crise é, primeiro e antes de tudo, uma crise de saúde que força os governos a tomar medidas sem precedentes para proteger a vida das pessoas”, afirma o diretor-geral da OMC, Roberto Azevêdo.
Assim, para ele, o inevitável declínio no comércio e na produção terão consequências dolorosas para as famílias e as empresas, além do sofrimento humano causado pela própria pandemia.
Para Azevêdo, o objetivo imediato agora é controlar a pandemia e mitigar os danos econômicos sobre as populações e países.
Pelas projeções apresentadas hoje, quase todas as regiões do mundo sofrerão queda acima de 10% no comércio em volume neste ano, com as exportações da América do Norte e da Ásia devendo ser as mais atingidas.
O comércio cai ainda mais nos setores com complexas cadeias de produção, sobretudo produtos eletrônicos e automotivos.
Os serviços são especialmente afetados pela covid-19 por meio das restrições nos transportes e viagens.
O comércio global de mercadorias já tinha sofrido baixa de 0,1% em 2019, segundo a OMC, por causa das tensões comerciais e desaceleração do crescimento. Em valor, as exportações de mercadorias em 2019 caíram 3%, totalizando US$ 18,8 trilhões.
O comércio de serviços aumentou 2% em 2019, alcançando US$ 6 trilhões.
A OMC espera uma recuperação das exportações e importações em 2021, mas isso depende da duração da pandemia e da efetividade das medidas adotadas.
Fonte: Valor