A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) anuncia um acordo para limitar a produção da matéria-prima a 32,5 milhões de barris por dia. Acordo para limitar produção de petróleo não acontecia há oito anos e passa a valer a partir de novembro de 2016. Atualmente, a produção diária é de 33,24 milhões de barris. A notícia fez os preços do petróleo fecharem em alta de mais de 5%. As informações são das agências de notícias Bloomberg e Reuters. No mercado, o consenso apontava para que não houvesse, mais uma vez, acordo na reunião da Opep. Mas o cartel surpreendeu ao anunciar em Argel – onde os membros estão reunidos - um corte da oferta no mercado.
A Opep representa cerca de 42% da produção mundial e tem 14 membros, entre os quais o Iraque, Arábia Saudita, Venezuela e Angola. Há meses que a ideia de limitar a produção vinha sendo considerada como forma de impulsionar os preços, mas a estratégia nunca tinha conseguido consenso entre os diferentes Estados.
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A organização não divulgou formalmente ainda as conclusões da reunião. Mas o ministro da Energia dos Emirados Árabes Unidos confirmou, no Twitter, que os países tinham chegado a um entendimento.
O barril de brent (o petróleo do Mar do Norte, que é uma referência mundial), que valia no início deste mês US$ 45, registrou subida de 6%, para os US$ 48,73. Com uma tendência semelhante, o West Texas Intermediate, produzido nos EUA, subia um pouco mais de 5%, para US$47,07 por barril.
De acordo com a agência Bloomberg, a proposta fará com que a maioria dos membros da Opep reduza a produção em 1,6% face à média dos valores entre janeiro e agosto. De fora deste limite ficarão a Líbia, que está em guerra civil, e a Nigéria, cuja economia ainda se encontra em recessão. Também o Irã terá um limite diferente, uma vez que foram levantadas este ano as sanções econômicas que permitiram ao país voltar a exportar petróleo para os EUA e para a União Europeia.
Conforme as informações divulgadas, a Venezuela, cuja economia afundou, é um dos países que tem pressionado para que hajam tetos apertados de produção, de forma a fazer subir os preços. Do outro lado, a Arábia Saudita era contrária a limitação de produção.
(Fonte: O Povo (CE)/Artumira Dutra)