O mercado de petróleo está em um "estado de esquizofrenia" e cada vez mais desconectado de sinais de uma demanda robusta, afirmou a Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) na manhã desta terça-feira.
Os comentários ecoam as observações feitas no mês passado pelo ministro da Energia saudita, príncipe Abdulaziz bin Salman, de que os mercados físicos do petróleo “estão ficando cada vez mais desconectados dos papéis”.

Como a Arábia Saudita é o maior produtor do grupo por alguma margem, os comentários de seus funcionários têm grande influência sobre as ações do grupo, mas é a primeira vez que as declarações são feitos em nome de todo o cartel de 13 membros.

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As observações, feitas no relatório mensal de mercado da Opep, são o mais recente sinal de que o grupo está preparado para apoiar o mercado de petróleo e evitar que os preços caiam muito mais, em contraposição aos esforços dos governos ocidentais para aliviar a alta preços da energia nas famílias.
No relatório, a Opep deixou sua previsão de oferta e demanda de petróleo, observada de perto, praticamente inalterada em relação ao mês passado.
A Opep disse que espera uma demanda de petróleo de cerca de 100 milhões de barris por dia este ano e um pouco menos de 103 milhões de barris por dia em 2023. Ambas as previsões permanecem inalteradas em relação ao relatório do mês passado.
O crescimento global do produto interno bruto (PIB) está previsto em 3,1% em 2022 e 2023, disse a Opep, inalterado em relação à sua visão do mês passado.
Na semana passada, o grupo cortou seus níveis de produção de petróleo em 100.000 barris por dia e disse estar preparado para realizar reuniões de emergência nas próximas semanas, um sinal de que está pronto para cortar ainda mais a produção se os preços continuarem caindo.

A organização acrescentou que os declínios nos preços do petróleo não refletem com precisão a força da demanda e que as preocupações com a desaceleração do crescimento global foram exageradas.
Às 11h, o contrato do petróleo Brent para novembro - a referência global - operava em queda de 0,53%, a US$ 93,56 por barril, enquanto o do WTI para outubro recuava 0,09%, a US$ 87,73 por barril. Já o índice DXY tem alta de 0,93%, a 109,345 pontos.

Fonte: Valor