A produção de petróleo dos EUA está se recuperando mais rapidamente do que o esperado após o golpe sofrido com a pandemia de coronavírus, disse a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) nesta terça-feira.
Em seu relatório mensal, a Opep suavizou para 300 mil barris por dia sua previsão de quanto o fornecimento de petróleo não pertencente ao cartel diminuirá este ano. A produção de fora do cartel neste ano deve cair 2,4 milhões de barris por dia - ou 3,6% em relação aos níveis do ano passado.
“O contínuo ressurgimento regional de infecções por covid-19 continuará a impactar negativamente o sentimento do mercado até que uma vacina seja disponibilizada”, disse o cartel em seu relatório, ao cortar sua previsão de recuperação no crescimento global para 2021 em 0,1 ponto, para 4,6%.
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Os preços do petróleo operam em alta nesta terça-feira, reduzindo a maior parte de suas perdas no início da semana, que vieram como preocupações de fornecimento relacionadas à greve na Noruega, aos furacões nos EUA e aos bloqueios na Líbia.
Os dados da alfândega chinesa mostram que um aumento de 2,1% nas importações de petróleo bruto em setembro, ao contrário das expectativas dos analistas de uma desaceleração, também dão sustentação aos preços nesta sessão, de acordo com Paola Rodriguez-Masiu, analista sênior de mercados de petróleo da Rystad Energy.
O aumento das importações chinesas representa uma reviravolta em relação aos números divulgados pela Opep em seu relatório, com os dados mostrando o maior consumidor de petróleo do mundo importando menos em agosto do que nos dois meses anteriores.
Isso aconteceu ao mesmo tempo que um aumento nas importações chinesas dos EUA e sucessivos furacões que levaram ao fechamento da produção no Golfo do México, o que forçou os EUA a queimar parte de seu excesso de petróleo e derivados. Embora a Opep diga que os estoques de produtos dos EUA “continuam excessivamente altos”, esses fatores também permitiram que os preços do petróleo se recuperassem nas últimas semanas.
Com a contagem de sondas ativas dos EUA aumentando três vezes nas três semanas até 9 de outubro, os membros do cartel estarão examinando o aumento da produção dos EUA e um corte adicional de 60 mil barris por dia na demanda mundial dos países desenvolvidos quando seu comitê de monitoramento ministerial se reunir, na próxima semana.
A produção da Opep ficou praticamente estável em setembro, com uma queda acentuada na produção dos Emirados, equilibrando os aumentos no Iraque e na Líbia.
Com a Líbia atualmente isenta dos cortes de produção do cartel e seus aliados, os números de produção do país africano continuarão a ser monitorados.
Fonte: Valor