A pandemia do coronavírus reduziu o faturamento de 57% das empresas exportadoras brasileiras entre abril e maio, aponta consulta realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Entre as importadoras e aquelas que investem em países estrangeiros, a queda foi de 70%, de acordo com o levantamento feito entre 2 e 10 de junho com 197 empresas com atuação no mercado externo.
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Apesar da retração, os dados indicam desaceleração na queda de exportações, em relação à pesquisa anterior, referente a fevereiro e março. Nesse período, o recuo do faturamento entre os exportadores foi de 80%, 23 pontos maior que em abril e maio.
Na projeção para os próximos 60 dias, 36% das empresas consultadas estimam que terão as exportações afetadas negativamente pela pandemia, o que indica nova desaceleração.
“Embora o comércio exterior tenha sido afetado de forma negativa pela pandemia, ele terá papel fundamental na retomada do crescimento econômico e na geração de emprego e renda”, afirmou Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da CNI. “A crise é uma oportunidade para a empresa brasileira incorporar a internacionalização na sua estratégia de negócios”, completou.
Entre as empresas que investem no mercado internacional, 70% informaram que reduziram a destinação de recursos para o exterior. A queda maior foi sentida na China, com 35%, nos Estados Unidos, com 30%, e na Alemanha, com 13%. Na perspectiva para os próximos 60 dias, os maiores indicadores de retração também são registrados na China, com 44%, e nos Estados Unidos, com 31%.
Dificuldades com transporte aéreo e marítimo
A pesquisa da CNI também chama a atenção para a preocupação das empresas com dificuldades com os modais aéreo e marítimo. De acordo com ela, as principais preocupações das empresas internacionalizadas com os efeitos da pandemia são com a redução das exportações, com 24%, e da produção, com 19%, bem como o aumento do preço da matéria-prima, com 15%.
Entre as quase 200 empresas que participaram da consulta, 60% delas usam o modal marítimo para exportar ou importar produtos. Entre elas, a maior dificuldade tem sido a redução na frequência de navios, apontada como um problema para 39%, seguido do aumento no valor do frete, com 27%. Só 23% das empresas que usam esse modal afirmaram não ter enfrentado problemas.
Segundo modal mais usado, o aéreo atende a 43% das empresas que exportam ou importam. Entre elas, o aumento no valor do frete é a principal dificuldade, com 54%, seguida pela redução na frequência de voos internacionais, com 37%. Já a redução na frequência de voos domésticos e a suspensão das rotas aéreas internacionais aparecem empatadas com 21% das empresas indicando como uma dificuldade encontrada em tempos de pandemia. Apenas 19% das empresas que usam este modal não enfrentaram dificuldades.
Fonte: Valor