A presença no exterior da multinacional WEG, com sede em Jaraguá do Sul (SC), deverá ser ampliada com a entrada de novos itens do portfólio de vendas a partir de 2012. Segundo o diretor de relações com investidores da companhia, Laurence Beltrão Gomes, a experiência já tem demonstrado bons resultados nos mercados tradicionais da Europa e dos Estados Unidos.
Mesmo com o cenário adverso de retração, a WEG tem conseguido ampliar participação de mercado e crescer em volume de vendas nessas regiões. No terceiro trimestre deste ano, conforme o balanço divulgado ontem pela companhia, o mercado externo representou 39% da receita operacional bruta, que totalizou R$ 1,552 bilhão. A comparação de valores em reais mostrou um crescimento de 17% em comparação com o mesmo período do ano anterior - em dólares, a expansão foi de 22%. A América do Norte e a Europa, juntas, representaram 57% das vendas do terceiro trimestre.
Segundo Gomes, essa ampliação do portfólio de produtos e o consequente aumento do volume de vendas devem acontecer também na Ásia, continente em que a WEG ainda está em um estágio inicial da marca. Além dos motores elétricos de baixa e média tensão, que são fabricados em uma unidade na China, e de alta tensão, na Índia, a companhia pretende expandir os negócios para os segmentos de automação industrial, geradores e sistemas de transmissão e distribuição de energia.
A customização dos produtos e os investimentos adicionais na prestação de serviços também estão na pauta da WEG na escalada por uma maior participação de mercado no exterior. Segundo Gomes, o desafio é reproduzir o modelo de proximidade com os clientes que reproduziu lá fora o sucesso da companhia no Brasil.
No segmento de geração, transmissão e distribuição de energia, Gomes vê a possibilidade de a WEG exportar o conhecimento das áreas de pequenas centrais hidrelétricas e usinas térmicas de biomassa para fora. No momento, a empresa trabalha na transferência de energia por meio da joint venture com a espanhola Mtoi na fabricação de aerogeradores na unidade de Jaraguá do Sul. Segundo Gomes, os primeiros equipamentos deverão chegar ao mercado em 2012. Conforme o diretor, já há equipes de vendas trabalhando nesse projeto.
No resultado do terceiro trimestre do ano, divulgado ontem, a WEG registrou um lucro líquido de R$ 154,6 milhões, o que representa um avanço de 8,8% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a empresa reportou ganho de R$ 142,1 milhões. Em relação ao trimestre anterior, o lucro ficou estável.
O avanço foi acompanhadode um crescimento de 10,8% na receita líquida, totalizando R$ 1,31 bilhão no período. Conforma avaliação da Ativa Corretora, o resultado da companhia no trimestre foi muito bom. Entre os destaques feitos pelo analista Artur Delorme, a empresa conseguiu retomar os níveis de rentabilidade da margem Ebitda (do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
Entre julho e setembro, o lucro operacional medido pelo Ebitda alcançou R$ 243,7 milhões, um incremento de 16,5% na comparação anual. A margem Ebitda, por sua vez, evoluiu de 17,6% para 18,5% em 12 meses.
A companhia afirma que continua trabalhando na "reprecificação" de seus produtos, com o objetivo de refletir a alta nos preços das principais matérias-primas, como cobre e aço. "O reajuste tem sido feito de forma gradual e há espaço para isso porque nossos produtos são customizados."
Fonte:Valor Econômico/Por Júlia Pitthan | De Florianópolis
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