Membros da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e do Banco Mundial estão em Belém realizando um treinamento em exportação para representantes do governo estadual, setores produtivos e agências de fomento. O objetivo é instalar no Pará um núcleo de inteligência capaz de viabilizar ações para atrair, reter e aumentar o fluxo de Investimentos Estrangeiros Diretos (IED) no Brasil. Nesta quinta-feira (10), o encontro foi realizado no auditório do Banco da Amazônia (BASA) e neta sexta-feira (11) uma nova rodada de capacitação acontece na Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia (Sedect).
O convênio, firmado em novembro, faz parte de um conjunto de medidas do governo estadual para ampliar mercados aos produtos paraenses e também de ações da Coordenação Nacional para a Atração de Investimento Estrangeiro Direto, desenvolvida pela Apex-Brasil nos estados do Pará, Pernambuco e Bahia, com a assessoria de consultores do Banco Mundial.
Trata-se um projeto piloto que até o final de 2010 vai estabelecer organismos regionais que possam funcionar como centros de apoio aos investidores, adequando os interesses das empresas estrangeiras às necessidades específicas de investimento de cada região.
"O governo federal tem feito um trabalho forte de promoção do Brasil lá fora, mas precisamos preparar os estados para receber bem estes investidores, disponibilizando um núcleo de atração destes investimentos. Neste programa quisemos escolher estados que pudessem representar bem as regiões, além de ter um efetivo potencial de atração e o Pará é um deles", afirmou o coordenador do programa pela Apex Brasil, Paulo Moraes.
Na prática, de forma interinstitucional, serão realizados treinamentos, onde serão detalhadas as ferramentas, metodologias e práticas na facilitação de investimentos e na construção de sistema de informações para os investidores. A partir da consolidação deste núcleo, será possível oferecer uma estrutura adequada para a geração eficaz de contatos com potenciais investidores, otimizar processos, fomentar novos negócios e agregar mais valor aos produtos gerados no Estado.
"O que a gente quer é que o investidor, ao conhecer o Pará, encontre em um só lugar todas as informações que precisa para investir, desde os dados sobre determinada cadeia produtiva, como os procedimentos, serviços e parcerias que podem ser feitas. É criar no Pará uma excelência no atendimento ao investimento estrangeiro direto", explicou a Diretora de Apoio ao Comércio Exterior (DCOMEX) da Sedect, Fátima Gonçalves.
Ela explica que esta estrutura, aliada aos investimentos que o governo já vem fazendo para dinamizar a economia - como a reestruturação da Companhia de Desenvolvimento Industrial (CDI), a melhoria dos portos e a criação de parques de ciência e tecnologia, por exemplo - serão fundamentais para consolidação de um novo modelo de desenvolvimento, que prioriza não apenas o fomento de novos negócios, mas também o enraizamento desta produção, com investimentos em inovação.
Consultoria - Com a experiência de quem já acompanhou este tipo de trabalho em mais de 140 países, os membros do Banco Mundial vêm ensinar ao Pará práticas bem sucedidas, tanto em países desenvolvidos, como nos que estão em desenvolvimento, que podem ser adaptadas à realidade local para construção de uma base sólida de atração de investimentos.
"É um processo de longo prazo. Irlanda e Cingapura, há 40 anos, por exemplo, eram muito pobres, mas se prepararam e hoje tem outro panorama. Da mesma forma, o Pará ainda não está atraindo investimentos como deveria. O que temos aqui são ações isoladas, mas a nossa expectativa é de que, a partir deste trabalho, se possa convergir estes interesses em torno da construção de um núcleo capaz de dar a devida atenção ao investidor, otimizando processos e atraindo mais investimentos", explica Armando Heilbron, promotor de investimentos sênior do Fias, braço do Banco Mundial que oferece suporte para o aprimoramento do ambiente de negócios.
No âmbito estadual, o programa será coordenado pela Sedect, que terá ainda a parceria de outras instituições, como a Companhia Paraense de Turismo (Paratur), Instituto Brasileiro de Fritucultura (Ibraf), a Companhia de Desenvolvimento Industrial do Pará (CDI), a Federação das Indústrias do Estado do Pará (Fiepa), Federação da Agricultura (Faepa), a Companhia Docas do Pará (CDP), Instituto de Desenvolvimento Econômico-Social (Idesp) e o Banco da Amazônia (Basa).
"A importância deste núcleo se fundamenta na necessidade do próprio estado de concentrar as demandas externas do ponto de vista do investimento. Hoje não temos instituições, sejam elas públicas ou privadas, organizadas de forma hegemônica para atender estas demandas. As informações estão dispersas. A nossa expectativa é de que a gente possa organizar estas ações, de forma a atrair mais investimentos diretos para o Estado, o que é de fundamental importância para o desenvolvimento da economia", afirmou o gerente do Centro Internacional de Negócios (CIN-Fiepa), Raul Tavares.
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